Foto de lémures destemidos vence competição internacional de imagens do mundo natural

Na Reserva Natural de Tsingy Bemaraha, em Madagáscar, a fotógrafa de vida selvagem e conservacionista Donglin Zhou captou a imagem que lhe valeu o grande prémio da competição internacional Big Picture Natural World Photography.
Depois de um dia de persistência, e de caminhadas longas por uma paisagem agreste, Donglin Zhou viu o seu esforço recompensado quando, com a sua objetiva, consegui captar uma fotografia de um grupo de lémures-castanhos (Eulemur fulvus) a saltarem por entre penhascos escarpados.
A liderar o grupo de intrépidos primatas, estava uma fêmea, com a sua cria agarrada às suas costas, e a fotógrafa conseguiu imortalizar o salto épico desta progenitora, congelado no tempo.
Na categoria de vida aquática, o primeiro lugar foi para Katherine Zhou, com uma fotografia de um polvo fêmea da espécie Octopus briareus, enrolada sobre os seus ovos, pequenas cápsulas quase translúcidas no interior das quais é possível ver os minúsculos cefalópodes, ainda em desenvolvimento.

Captada nas águas de Palm Beach, na Flórida (Estados Unidos da América), a imagem revela o lado maternal e uma dimensão íntima de um animal invertebrado conhecido pela sua inteligência e mestria da camuflagem. No entanto, o que a foto na capta é o lado agridoce desta cena: a fêmea ficará com os ovos até estre eclodirem, protegendo-se incessantemente, pelo que os abandonará para procurar alimento. Esta progenitora dedicada acabará por morrer, dando a sua vida pelas vidas da sua prole.
Na categoria da vida em terra, o primeiro lugar foi conquistado pelo fotógrafo Amit Eshel, com uma imagem de um grupo de lobos-do-ártico (Canis lupus arctos), na ilha de Ellesmere, no Canadá.

Por viverem praticamente isolados dos humanos, estes lobos não demonstram medo, por nunca terem sido caçados, como os seus congéneres pelo mundo fora. Depois de dias a percorrer a tundra gélida, Eshel deu por si rodeado de lobos-do-ártico, alguns dos quais aproximando-se tanto do humano que quase lhe tocavam com os seus focinhos.
A fotografia mostra um grupo de cinco lobos, de corpos brancos e robustos, reflexo do habitat inclemente em que vivem, e alguns olhares muito curiosos.
No escalão da “vida alada”, o vencedor foi Dvir Barkay, com uma fotografia de um morcego da espécie Ectophylla alba, nativa da América Central e conhecida pela sua pelagem branca e traços faciais distintivos.

Na imagem, captada na Costa Rica, um morcego, ao cair da noite, deixa o seu ninho na face inferior de uma grande folha e prepara-se para procurar comida, mais especificamente figos, dos quais se alimenta exclusivamente. O primeiro a lançar-se ao ar crepuscular é, momentos, depois, seguido pelo resto da família, que na foto é ainda vista a repousar no ninho.
As fotografias vencedoras estarão em exibição na Academia de Ciências da Califórnia, e a próxima competição arranca no dia 1 de dezembro deste ano.