Gaia abre Ecoparque do Atlântico no verão



O futuro Ecoparque do Atlântico, localizado no antigo parque de campismo da Madalena, em Vila Nova de Gaia, onde anualmente decorre o Festival Marés Vivas, começará a receber público no verão, estimou hoje o presidente da Câmara.

“A obra começa a partir de agora (…). As pessoas vão poder vir para cá no início do verão”, garantiu Eduardo Vítor Rodrigues no final da apresentação do projeto.

Sobre uma obra cujos encargos serão “diferidos no tempo”, e que usufruirá de “muita prata da casa”, o autarca avançou que a intervenção nas infraestruturas vai ser feita em modelo ‘ilha’, ou seja vedando um edifício e intervindo sem ser preciso fechar totalmente o parque.

“Mesmo não estando tudo feito, pode-se usar (…). Esta é a maneira que eu tenho, no curto espaço de tempo que tenho [de mandato], das pessoas passarem a identificar-se com isto e de hoje para amanhã, se alguém quiser transformar isto numa urbanização, terá o povo todo em cima”, resumiu.

Em causa está o projeto Ecoparque do Atlântico que visa transformar o antigo parque de campismo da Madalena num espaço multifuncional e sustentável, de lazer e educação ambiental.

De acordo com a descrição do projeto disponibilizada pela autarquia, o parque “será desenvolvido com base nos princípios da sustentabilidade, acessibilidade inclusiva e manutenção da qualidade ambiental, promovendo o equilíbrio entre as atividades recreativas, culturais, desportivas e de conservação da natureza, tanto dentro da área de intervenção, como nos espaços contíguos”.

O projeto inclui a criação de um Centro de Juventude, com a implantação de unidades de alojamento modular.

As infraestruturas atuais do parque, como balneários, piscina, esplanada, campos de jogos e restaurante, também se manterão.

Para este local chegou a estar desenhado um projeto residencial e depois o Gaia Infinity Hub, um parque tecnológico, mas ambos os projetos caíram por razões diferentes ao longo dos anos.

O terreno foi vendido em 2008 ao Fundo Especial de Investimento Fechado Gaia Douro, mas a câmara resgatou-o, em 2021, num pacote de 17 milhões de euros que incluía o Parque da Madalena, o Parque da Aguda, o quartel dos Sapadores e as Oficinas Municipais, entre outros espaços.

“É uma mudança de 180 graus em relação ao que estava previsto (…). Agora não há dúvidas: vamos construir 100% ambiental”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, lembrando que em causa está uma zona já muito densificada ao nível residencial e que a solução atual continua compatível com eventuais futuros projetos tecnológicos e/ou de investigação.

O Ecoparque do Atlântico terá uma área de 17 hectares e poderá aumentar, no futuro, mais 10 hectares caso a autarquia adquira uma área de terreno a sul com frente para a rua do Cerro e para a rua Clube Atlântico da Madalena até à Ribeira de Ateães, uma possibilidade hoje avançada pelo responsável pelo projeto, o engenheiro Luís Alves que foi encarregado geral dos Jardins do Parque de Serralves e fundou o projeto de agricultura biológica Cantinho das Aromáticas.

“Este parque poderá ser uma referência na Europa”, disse Luís Alves, apontando para as “potencialidades” do espaço, desde os oito balneários que poderão acolher ‘workshops’, atividades museológicas, e outras, ao facto de ali decorrerem atualmente escavações arqueológicas, bem como ao potencial das espécies naturais.

Quanto ao desenho arbóreo atual, Luís Alves adiantou que as árvores com problemas fitossanitários serão abatidas, bem como algumas que estão na envolvente dos balneários, nomeadamente eucaliptos e pinheiros bravos.

Depois só serão feitos alguns abates “muito seletivos” para substituir por vegetação autóctone como carvalhos, sobreiros, medronheiros, entre outros.

Autor da conceção da proposta de definição e desenvolvimento do plano para o Ecoparque do Atlântico, Luís Alves avançou que o espaço será “valorizado com eventos culturais, educativos e desportivos, num ponto de encontro para todas as faixas etárias”.






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