Incêndios: Arouca com 4.000 hectares de área ardida e muitos prejuízos

O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Arouca já consumiu 4.000 hectares de área e provocou muitos prejuízos que têm de ser avaliados, disse hoje a presidente do município do distrito de Aveiro, Margarida Belém.
Em declarações aos jornalistas num ponto de situação feito às 10:00, junto ao quartel dos bombeiros de Arouca, Margarida Belém disse que terá de ser feita uma “avaliação exaustiva” dos “prejuízos para a comunidade”.
“Não temos nenhuma casa de primeira habitação ardida, mas temos muitos danos em habitações. O foco é recuperar o território assim que as condições o permitirem (…) É momento para agradecer, mas também de fazer a avaliação dos estragos. Em área ardida, só no território de Arouca são 4.000 hectares. Há prejuízos e tem de ser feita uma avaliação cuidada”, referiu a autarca socialista.
Ao terceiro dia de incêndio, Maria Belém disse estar hoje “bem mais descansada”, mas em causa está, lembrou, “um território tão vasto onde as possibilidades de reacendimento são grandes”, pelo que “a preocupação continua”.
“Os ventos são fortes e podem mudar, as dificuldades são imensas”, disse a autarca, indo ao encontro da análise do comandante de operações de socorro, Hélder Silva, segundo o qual “neste momento o incêndio está muito mais calmo, mas mantém três frentes”.
São elas Arouca, com 80% em resolução, Castelo de Paiva para Cinfães, com 30% em resolução, e Fornelos/Travanca, que “requer atenção pela dificuldade de acessos”, especificou o comandante.
“Não há neste momento casas em risco, mas os terrenos e os acessos são muito difíceis. Pode haver ventos que façam com que o incêndio progrida para habitações. Temos todos os meios empenhados no terreno, cinco meios aéreos a trabalhar, seis máquinas de rastos a fazer consolidação do perímetro. Este incêndio é enorme. É muito demorado”, disse Hélder Silva.
O comandante afirmou que durante a noite foi possível fazer trabalhos de consolidação, mas, reforçando que “neste momento não há populações ameaçadas”, foi cauteloso quanto ao dia de hoje: “Não quer dizer que não possa haver alguma inconstância nos ventos. Temos de estar muito atentos”, disse.
Em causa está um incêndio que já passou por várias freguesias do concelho, que lavra há três dias e que levou na segunda-feira ao encerramento temporário dos passadiços do Paiva e da ponte suspensa.
O fogo passou ao início da tarde de segunda-feira para Castelo de Paiva e as chamas também já chegaram até ao município vizinho de Cinfães, no distrito de Viseu.
De acordo com informação disponível na página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 10:40, estavam mobilizados para este incêndio 780 operacionais, apoiados por 265 viaturas e cinco meios aéreos.