Jardins em altura: a nova moda das cidades
Há dois meses, o Shanghai Greenery Administrative Bureau (SGAB)– que gere os espaços verdes daquela metrópole chinesa – anunciou que já “enverdeceu” – ou seja, transformou em jardim – cerca de 500 mil terraços de edifícios.
O projecto desta inovadora estratégia de sustentabilidade urbana começou em 2003 sendo que, segundo as autoridades de Xangai, já terá custado perto de 750 mil euros.
Segundo a SGAB, estes mini ecossistemas urbanos não só melhoram a eficiência energética, ao actuar como isoladores e re-utilizadores de chuva e águas cinzentas, como reduzem a temperatura interior da casa em três ou quatro graus. Este número, por seu lado, corresponde a uma redução da utilização de electricidade – para o ar-condicionado – em 20%. Uma percentagem que não podemos considerar baixa, diga-se.
Estes jardins urbanos – que funcionam também como habitats para insectos e pássaros, o que contribui para a biodiversidade – estão a chegar em força ao continente europeu, tendo Governos como o francês e britânico concedido mesmo incentivos financeiros para a sua democratização.
Partindo deste exemplo chegamos a outro desenvolvido bem mais perto: em Espanha. Segundo o TreeHugger – e podemos comprovar com fotos –, a torre de aquecimento de um centro comercial de Getafe, arredores de Madrid, foi transformada numa espécie de jardins suspensos da Babilónia.
O feito pertenceu à empresa espanhola Paisajismo Urbano, especializada em jardins verticais e nos terraços, sendo que a instalação vai fornecer oxigénio suficiente para 128 pessoas durante um ano.
“O desenvolvimento deste trabalho foi um grande desafio”, explicou ao TreeHugger Nacho Solano, director da Paisajismo Urbano. “Um dos factores mais importantes na selecção de diferentes especímenes ou espécies para utilizar foi, por um lado, a orientação de cada lado, uma vez que o sol bate de forma diferente em cada um destes; e por outro o efeito que a temperatura que está a ser gerada dentro da torre teria sobre o jardim”, continuou.
Ao todo, são 128 metros quadrados de plantas que cobrem completamente as quatro paredes da torre. Há espaço ainda para um pequeno sistema de irrigação que, automaticamente, rega e fertiliza as plantas. Mais: se alguma coisa correr mal, este sistema está programado para enviar um SMS ao responsável pelo jardim.
Será apenas uma questão de tempo até que estes jardins urbanos se democratizem. Os benefícios estão à vista: redução da poluição atmosférica, sonora e, não menos importante, da visual.
Que o diga a área metropolitana de Xangai, que já conta ter 20 milhões de metros quadrados de terraços “verdes” no curto prazo. Um plano demasiado ambicioso?
Foto: TreeHugger