Mais de 50 milhões de pessoas expostas a níveis perigosos de emissões da produção de plástico

Mais de 50 milhões de pessoas em 11 países podem estar expostas a níveis perigosos de poluição do ar relacionada com a produção petroquímica de plásticos.
O alerta é feito num relatório publicado esta semana pela organização ambientalista Greenpeace, no qual se debruçou sobre a qualidade do ar nas Filipinas, na Tailândia, ma Malásia, na Indonésia, na Coreia do Sul, no Canadá, nos Estados Unidos da América, na Alemanha, no Reino Unido, na Suíça e nos Países Baixos.
Para os ambientalistas, os resultados do trabalho intensificam a pressão sobre os negociadores que em agosto voltarão a reunir-se, em Genebra, Suíça, para tentarem chegar a um acordo global sobre os plásticos. Segundo a organização a prioridade é clara: reduzir drasticamente a produção de plástico.
“O que este relatório mostra é que a crise do plástico é uma emergência de saúde pública”, sentencia, citado em comunicado, Graham Forbes, líder da delegação da Greenpeace nas negociações do tratado.
“O Tratado Global dos Plásticos tem de conseguir um corte de 75% da produção de plástico até 2040 para reduzir as ameaças crescentes à saúde humana e planetária. As pessoas estão a ser envenenadas para que as empresas de combustíveis fósseis e de petroquímicos continuem a produção mais plástico desnecessário”, lança.
E acrescenta que “sem um tratado que reduza a produção, a crise do plástico só continuará a crescer”.
A Greenpeace diz que este relatório lança luz sobre o nível intermédio da produção de plástico, as centrais petroquímicas que produzem componentes essenciais para esse material sintético, que, alega, podem estar a expor comunidades que vivem perto dessas instalações a “poluentes atmosféricos perigosos”.
A organização diz que os processos dessas centrais emitem “uma série de substâncias prejudiciais que são transportadas pelo ar”, como compostos orgânicos voláteis, óxidos de azoto, óxidos de enxofre e partículas.
“Estudos revelam as maiores concentrações desses poluentes perto de instalações petroquímicas, com a proximidade associada ao aumento de doenças”, salienta.
Nos Estados Unidos é onde, segundo o relatório, se encontra o maior número de pessoas a viverem perto de centrais petroquímicas, especialmente nos estados do Texas e do Luisiana.
Nos Países Baixos, estima-se que uma entre quatro pessoas viva a uma distância dessas centrais que pode ser prejudicial por causa da poluição do ar.
“Em casos documentados, as comunidades perto de instalações petroquímicas sofrem desproporcionalmente com cancro, doenças respiratórias e mortes prematuras”, alertam os ambientalistas, que apontam, ainda, que há planos para aumento da produção global de plástico até 2050.