Ministro diz que chamar o agricultor de vilão é um ataque inaceitável

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, assumiu ontem que o agriculto não é um vilão e que isso são ataques inaceitáveis de quem quer exportar para Portugal os seus produtos.

“Peço para me enviarem todos os manuais escolares onde haja referências negativas aos nossos agricultores, porque isso é verdadeiramente inaceitável e a verdade é que há aí tentativas de dizer que o agricultor é o vilão ou que o consumo de vinho é uma coisa muito nefasta. Ataques e ataques inaceitáveis à agricultura e que nos prejudicam e que beneficiam outros que querem para aqui exportar os seus produtos. O agricultor efetivamente não é o vilão é aquele que mais defende a sustentabilidade”, disse José Manuel Fernandes.

O ministro da Agricultura e Pescas falava para uma plateia com mais de 600 profissionais, no encontro nacional de técnicos da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri).

Isto, porque, o presidente da Confagris, Idalino Leão, tinha pedido minutos antes ao ministro para usar da sua “influência para que de uma vez por todas os manuais escolares das crianças o agricultor deixe de ser o vilão”.

“Nós somos os amigos”, afirmou Idalino Leão enquanto defendeu que o que os agricultores fazem “é alimentação, é economia, é coesão, é turismo” e “gostava também que fosse educação, mas não é”. “E digo isto com pena”, referiu Idalino Leão.

José Manuel Fernandes disse que a Agricultura era “muito mais” do que disse o presidente da Confagri, porque também “é investigação, turismo, gastronomia, património, defesa do ambiente, produtividade e economia”.

“Isto é para mim uma evidência. Temos todos de fazer um grande trabalho para que isto seja percebido por todos os grupos políticos, inclusive o meu. Todos. Ainda que haja alguns que alinhem em situações de desprezo da agricultura, algo que não consigo perceber”, apontou.

O encontro nacional de técnicos da Confagris, “o mais participativo de sempre”, segundo o presidente, Idalino Leão, decorre de hoje até esta quinta-feira numa unidade hoteleira em Mortágua, no distrito de Viseu.