Missão oceânica capta primeiras imagens de lula-colossal viva no seu habitat natural



Uma missão de exploração científica nas águas frias do sul do Oceano Atlântico conseguiu captar imagens inéditas da lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni), no que se considera ser a primeira vez que se conseguem registos visuais do animal no seu habitat natural.

As imagens foram captadas a 600 metros de profundidade, através do veículo de operação remota SuBastian, do Instituto Oceanográfico Schmidt, e revelam uma lula juvenil, com cerca de 30 centímetros. A descoberta aconteceu a 9 de março, no ano em que se celebra o centenário da identificação e nomeação formal da lula-colossal.

Primeiras imagens de uma lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni) viva no seu habitat natural. Neste vídeo, mostra-se um juvenil, ainda com a pele translúcida. Fonte: Schmidt Ocean Institute.

 

Enquanto são jovens, esses cefalópodes dos abismos oceânicos têm uma pele transparente. À medida que crescem, vão se tornando opacos, e podem atingir os sete metros de comprimento e 500 quilogramas de peso na idade adulta, fazendo da lula-colossal o invertebrado mais pesado do planeta.

Vivendo nas profundezas marinhas, pouco se sabe sobre as lulas-colossais, e o que se sabe tem por base cadáveres capturados em redes de pesca ou vestígios recolhidos de estômagos de baleias e de aves marinhas. Por nunca antes terem sido avistadas vivas no seu habitat natural, os investigadores consideram que as imagens que recolheram são únicas.

“É emocionante ver as primeiras imagens in situ de uma colossal juvenil e é uma lição de humildade pensar que elas não fazem ideia que os humanos existem”, diz, em comunicado, Kat Bolstad, da Universidade de Tecnologia de Auckland (Nova Zelândia) e uma das especialistas consultadas para verificar as imagens recolhidas.

A mesma equipa, em janeiro deste ano, conseguiu também filmar e fotografar, pela primeira vez, uma outra espécie misteriosa de lula, uma espécie glacial de nome científico Galiteuthis glacialis, que vive perto da Antártida. As imagens desse animal são as primeiras a mostrarem o animal vivo no seu habitat natural.

Primeiro vídeo confirmado de lula glacial da espécie Galiteuthis glacialis. Fonte: Schmidt Ocean Institute.

 

Tal como os juvenis da lula-colossal, as G. glacialis têm um corpo translúcido e ganchos afiados nas terminações dos seus tentáculos mais compridos, que usam como arpões para capturar presas.






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