Não sabemos muito sobre os sons das rãs fêmeas porque estão a ser abafados pelos machos



Durante décadas, os cientistas concentraram-se nos chamamentos altos e familiares das rãs macho, esquecendo as vozes mais silenciosas das fêmeas.

“A nossa revisão chama a atenção para este lado oculto da comunicação das rãs. Encontrámos relatos de chamamentos femininos em mais de 100 espécies de anuros de 29 famílias, mas a maioria dos estudos é anedótica e raramente explora a sua função”, sublinham os investigadores.

“Resumimos o conhecimento existente, propomos uma classificação padronizada e identificamos os principais desafios. Este trabalho tem como objetivo corrigir a perspetiva tendenciosa dos machos na bioacústica das rãs e melhorar a nossa compreensão da comunicação, dos comportamentos de acasalamento e da evolução dos anfíbios – encorajando uma compreensão mais equilibrada de ambos os sexos na investigação bioacústica”, acrescentam.

Os sons das rãs fêmeas foram documentados em menos de 1,5% das espécies, de acordo com os investigadores que afirmam que isto se deve ao facto de as rãs macho serem mais ruidosas e, por isso, receberem mais atenção dos cientistas.

Os investigadores analisaram a literatura sobre a comunicação das rãs e descobriram que os sons das fêmeas estão documentados em 112 espécies, embora afirmem que estes estudos são frequentemente anedóticos e raramente contêm informações sobre o objetivo destes sons.

Os autores afirmam que os sons das fêmeas são muito mais difíceis de documentar porque são frequentemente mais suaves, o que leva a uma tendência significativa para a investigação sobre os sons mais altos e mais facilmente reconhecíveis dos machos.

 






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