Novo revestimento para o telhado permite poupar energia o ano inteiro
Já imaginou ter um telhado preparado para economizar energia o ano inteiro? Pode estar mais perto do que se espera. Uma equipa de cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley criou uma tecnologia inovadora que ao ser aplicada no telhado, absorve de forma otimizada a energia solar e muda automaticamente a emitância térmica.
“O nosso revestimento de telhado adaptável a todas as estações muda automaticamente de frio para quente, dependendo da temperatura do ar externo. Isto é um ar condicionado e um aquecimento sem energia e sem emissões, tudo num único dispositivo”, afirma Junqiao Wu, autor do estudo.
O revestimento radiativo adaptável à temperatura (TARC) é feito de dióxido de vanádio (VO2), um material que consegue conduzir a eletricidade sem produzir muito calor. Quando exposto a temperaturas abaixo de 67ºC, este não absorve a radiação infravermelha, mas quando atinge essa temperatura, muda para um estado metálico e começa a absorver esta radiação.
“O TARC reflete cerca de 75% da luz solar durante todo o ano, mas sua emitância térmica é alta (cerca de 90%) quando a temperatura ambiente está quente (acima de 25ºC), promovendo perda de calor para o céu. Em climas mais frios, a emitância térmica do TARC muda automaticamente para baixo, ajudando a reter o calor da absorção solar e do aquecimento interno”, explica outro autor, o cientista Ronnen Levinson.
O grupo fez uma experiência no mundo real ao longo de vários dias, tendo depois simulado como o revestimento funcionaria em 15 cidades dos Estados Unidos que apresentam características climáticas distintas. Os resultados demonstraram que, esta solução era mais eficiente que os revestimentos já existentes, em 12 das 15 cidades estudadas, e que resulta melhor nas que têm uma grande variação de temperatura do dia para a noite ou entre as estações do Inverno e do Verão.
O revestimento “parece fita adesiva e pode ser fixada em uma superfície sólida como um telhado”, refere Junqiao Wu.
A equipa pretende agora desenvolver protótipos da TARC em maior escala, para avaliar o seu desempenho. Foi ainda dada a sugestão de desenvolver esta tecnologia em tecidos para tendas, estufas agrícolas ou até casacos.