“O mundo perdeu um tesouro”: Kanzi, um dos bonobos mais famosos do mundo, morre aos 44 anos



Kanzi, um bonobo, ou chimpanzé-pigmeu (Pan paniscus), com 44 anos de idade morreu “inesperadamente” no passado dia 18 de março, no centro de investigação e conservação da organização Ape Initiative, nos Estados Unidos da América (EUA).

O macho nasceu em cativeiro a 28 de outubro de 1980, numa estação de investigação de primatas nos EUA. Entre 1985 e 2013, passou por outras duas instituições, um centro de pesquisa da Universidade Estadual da Geórgia e o Great Ape Trust. Nessa última, fruto de negligência, Kanzi tornou-se obeso, e depois da morte da sua irmã Panbanisha nesse local em 2012, a instituição fechou portas. Por fim, em 2013, Kanzi passou a fazer parte da família de bonobos da Ape Initiative, onde viveu até ao final dos seus dias.

Kanzi, nas instalações da Ape Initiative.
Foto: Ape Initiative

Em comunicado, essa organização recorda Kanzi como “um indivíduo extraordinário que revolucionou o nosso entendimento da cognição e comunicação animais”. Ao contrário de outros grandes primatas, como a gorila Koko ou o chimpanzé Washoe, que aprenderam língua gestual através de treino direto por parte dos seus tratadores, Kanzi aprendeu-a por iniciativa própria.

“Quando era um jovem bonobo, os investigadores estava a tentar ensinar linguagem humana à mãe adotiva de Kanzi, Matata. Para grande surpresa dos cientistas, Kanzi rapidamente se destacou não só na utilização de símbolos abstratos, mas também na compreensão do inglês falado”, recorda a Ape Initiative, comunicando aos companheiros humanos “os seus desejos e necessidades com precisão”.

“A vontade de Kanzi de interagir com os humanos, o seu entusiamo pela resolução de problemas e o seu amor pela comida fizeram dele o símio divertido, motivado e impactante que Kanzi foi.”

Kanzi, cujas comidas preferidas eram uvas, bananas e amendoins, atuou como embaixador da sua espécie e também aproximou humanos e chimpanzés, “inspirando pessoas em todo o mundo a conservar os ameaçados bonobos e os seus habitats”, lembra a Ape Initiative, lamentando que, com a sua morte, “o mundo perdeu um tesouro”.

A organização aguarda pelos resultados da necrópsia para determinar as causas da morte, mas indica que Kanzi estava a receber tratamento para um problema cardíaco, que estava a ser acompanhado pelos tratadores através de eletrocardiogramas (ECG) e medições de tensão regulares.






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