Papa Leão XIV critica aqueles que negam “sinais cada vez mais evidentes” das alterações climáticas
O Papa Leão XIV diz que os esforços de proteção da Terra e de todos os que nela vivem podem ser fragilizados por divisões ideológicas causadas por aqueles que negam ou desvalorizam “os sinais cada vez mais evidentes” das alterações climáticas.
As críticas foram lançadas pelo líder da Igreja Católica esta quarta-feira, num discurso proferido na conferência internacional “Raising Hope”, que decorre em Castel Gandolfo, perto de Roma, e que foi organizada para assinalar o décimo aniversário da Encíclica Laudato si’, escrita pelo seu antecessor, o Papa Francisco, e que colocava as questões climáticas como preocupações centrais da Igreja.
No seu discurso, Leão XIV lembra que, após a encíclica, “não faltou quem procurasse minimizar os sinais cada vez mais evidentes das alterações climáticas, ridicularizar quantos falam de aquecimento global e até culpar os pobres por aquilo que eles sofrem mais do que os outros”.
As palavras do Sumo Pontífice, nascido nos Estados Unidos da América, estão a ser vistas como uma crítica, ainda que indireta, à intervenção do Presidente norte-americano na Assembleia Geral das Nações Unidas na semana passada, em Nova Iorque. Donald Trump descrito as alterações climáticas como “o maior embuste alguma vez feito à humanidade” e criticou ainda as previsões da ONU sobre catástrofes climáticas que “nunca se concretizaram”, classificando-as como “as maiores mentiras da História”.
O Papa diz ainda que “a sociedade deve pressionar os governos para criarem normas, procedimentos e inspeções mais rigorosos”, salientando que “se os cidadãos não vigiarem sobre o poder político – nacional, regional e municipal – não será possível impedir os danos ambientais”.
O líder católico acrescenta que espera que “os próximos encontros internacionais”, entre ele a 30.ª cimeira global do clima (COP30) que acontece em novembro no Brasil, “possam ouvir o grito da Terra e o clamor dos pobres, o brado das famílias, dos povos indígenas, dos migrantes involuntários e dos crentes do mundo inteiro”.