PCS lança primeiro Caderno de Encargos Livre de Petróleo



No próximo dia 17 de novembro, pelas 12h45, o Portal da Construção Sustentável (PCS) irá lançar o primeiro “Caderno de Encargos Livre de Petróleo”, destinado a arquitetos e outros profissionais do setor da construção, na Alfândega do Porto, durante a +CONCRETA, feira dedicada ao setor, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, a ideologia passa pela necessidade cada vez mais emergente de sensibilizar os arquitetos e projetistas para que pensem os seus edifícios, e demais obras, sem prescreverem materiais poluentes como os que têm por base o petróleo e seus derivados, sempre que se encontrarem alternativas viáveis.

Um relatório recentemente publicado pela ONU enfatiza a importância da escolha de materiais mais sustentáveis na construção se queremos manter o aquecimento global abaixo de 1,5º. Neste relatório são destacadas ações urgentes, como “cortes nas emissões e uso de combustíveis fósseis em grandes setores, como o da construção civil.” As emissões de CO2 dizem também respeito ao carbono incorporado nos materiais, priorizando “o aumento da utilização de materiais naturais, reutilizados e/ou reciclados.”

“Construir de forma sustentável não é apenas desenhar edifícios mais eficientes em termos de energia, é pensar no edifício ao longo de toda a sua vida útil, desde o estudo prévio até ao seu fim de vida. A opção por materiais que no fim da sua vida não se tornem resíduos para o planeta, é uma das premissas mais inquestionáveis da construção sustentável. O Conselho Internacional da Construção (CIB) aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactes ambientais. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção”, lê-se na nota.

A mesma fonte acrescenta que a construção civil na Europa consome cerca de 10 milhões de toneladas de plásticos anualmente, o que representa 20% do consumo total de plástico em todo o Continente, tornando-se o segundo maior setor a trabalhar com estes derivados depois do setor de embalagens. O plástico “é um dos maiores inimigos do ambiente”. A sua produção “não só incorpora petróleo como a extração e produção deste, envolve práticas que poluem excessivamente o ambiente. Outro problema grave é que o plástico pode levar até 400 anos a decompor-se”.

Atualmente são vários os países que aprovaram leis para banir o plástico, que não seja biodegradável, de forma gradual, até o eliminar completamente. A poluição por plástico “está por todo o lado, desde esta ínfima expressão microscópica – microplástico – à avassaladora ilha de plástico que flutua no Pacífico e que terá cerca de 1,6 milhões de quilómetros quadrados, o equivalente a 17 vezes o tamanho de Portugal. Na realidade, o ambiente marinho é o maior depósito de lixo plástico em todo o planeta”. No setor da construção “é utilizado plástico, como o PVC, EPS, XPS e outros, quando há alternativas viáveis…”

“Este será o primeiro caderno de encargos, que terá obviamente de ir sendo atualizado ao longo dos anos, à medida que surjam novos materiais e novas tecnologias que pretendam contribuir para um planeta livre de petróleo e materiais plásticos”. Esta primeira edição é apoiada pela APAL – Associação Portuguesa de Alumínio, uma vez que o alumínio “é um material infinitamente reciclável, existindo já inclusivamente no mercado, caixilharias com alumínio reciclado”.

O comunicado salienta que o PCS “não defende um ambiente construído completamente isento de plástico”. A entidade defende os melhores resultados para a sustentabilidade, ou seja, uma abordagem que, sempre que possível, “confine a utilização de plásticos a áreas especializadas de alto valor e de baixo volume de aplicação”. Se cruzados os segmentos de atividade que consomem plásticos, com os vários tipos de plásticos, “pode-se constatar que o setor dos edifícios e construção é o 2º maior consumidor de plástico, ou talvez o primeiro, se considerarmos as embalagens”.






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