Existem materiais com amianto nas escolas públicas que não foram mapeados
Existem ainda vários matérias com amianto nas escolas públicas, que podem pôr em risco a saúde da comunidade escolar. O alerta é dado pela ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável e pelo Movimento Escolas Sem Amianto (MESA), que referem que o levantamento e remoção dos Materiais Contendo Amianto focou-se nas placas de fibrocimento.
No Despacho n.º 6573-A/2020 lê-se que a “construção acelerada de escolas nas décadas de 80 e 90 do século XX, [era realizada] muitas vezes com recurso a projetos padrão e processos construtivos que integravam elementos pré-fabricados com amianto na sua composição”. A ZERO sublinha que este material “foi incorporado em mais de 3.500 produtos desde os anos 60 e até 2005 em Portugal (até à data da sua proibição)”, pelo que “poderão existir outros materiais contendo amianto, entre os quais, mosaico vinílico, divisórias, teto falso, que podem ser consultados na lista de materiais potencialmente contendo amianto da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).”
“A comunidade escolar está preocupada com esta situação e questiona-nos se existe risco de saúde na permanência nas escolas. Questiona-nos quais os materiais que podem conter amianto e qual a sua perigosidade”, revela André Julião, fundador e coordenador do MESA.
Como acrescenta Íria Roriz Madeira, membro da ZERO, “Temos recebido informação de laboratórios que estão nas escolas durante as remoções que encontram outros materiais contendo amianto e que notificam as entidades competentes, sendo que os materiais são retirados ou não mediante disponibilidade financeira. O Despacho não refere quais os laboratórios que realizaram as avaliações das escolas que permitiram concluir que apenas o fibrocimento continha amianto. Sabemos que existem outros materiais, simplesmente não estão listados, logo não estão a ser geridos ou monitorizados. Será necessário identificar a sua perigosidade para proteger os utilizadores”.
No entanto, a identificação destes matérias é responsabilidade dos laboratórios acreditados, afirmam ambas.