População da Europa pode ter diminuído 50% no final da última Idade do Gelo



A população da Europa pode ter diminuído aproximadamente 50% no final da última Idade do Gelo, durante um período de arrefecimento climático ocorrido entre 14.000 e 11.600 anos atrás, segundo um novo estudo com investigadores da Universidade do Algarve.

Esta é uma das conclusões de um novo estudo sobre a forma como as alterações climáticas afetaram as populações humanas pré-históricas naquela época, liderado pela Universidade de Colónia (Alemanha) e envolvendo 25 investigadores de toda a Europa.

Os dados para a Península Ibérica foram sintetizados por investigadores da Universidade do Algarve (Portugal) e da Universidade do País Basco (EHU), noticiou na quinta-feira a agência Efe.

De acordo com a universidade pública basca, a investigação revelou mudanças significativas no tamanho e na densidade populacional durante períodos-chave no final da última Idade do Gelo, especificamente durante o Paleolítico Final, entre há 14.000 e 11.600 anos.

A investigação centra-se em dois períodos-chave: a fase de melhoria climática no final do Paleolítico (há 14.000-12.500 anos) e o “Dryas Recente”, um breve período de arrefecimento climático que ocorreu entre há aproximadamente 12.500 e 11.600 anos, no final da última Idade do Gelo.

Esta era representou a última vaga de frio do Pleistoceno e deu lugar ao ciclo climático do Holoceno, um período interglaciar em que as temperaturas foram mais amenas e o nível do mar subiu com o degelo da camada de gelo, uma fase que se mantém até hoje.

Para esta investigação, recorreu-se a uma ampla base de dados arqueológica, concluindo-se que, durante o primeiro período de melhoria climática, os humanos continuaram a repovoar-se e a expandir-se em direção ao norte e nordeste da Europa Central, “tornando esta região o centro da dinâmica demográfica europeia pela primeira vez em toda a pré-história”.

Em contraste, as populações do sudoeste da Europa, particularmente na Península Ibérica e em França, começaram a diminuir em comparação com os dados demográficos dos períodos anteriores.

No entanto, como resultado do arrefecimento repentino durante o “Dryas Recente”, os dados mostram que a população europeia “pode ter sido reduzida até metade”.

De acordo com os investigadores, no entanto, este declínio demográfico não foi uniforme. Em algumas zonas da Europa Central e Oriental, como o norte de Itália, a Polónia e o nordeste da Alemanha, a densidade populacional chegou a aumentar.

Para os investigadores, este fenómeno demonstra a rapidez com que os humanos pré-históricos reagiram às alterações climáticas.

“Os nossos dados sugerem que muitas comunidades humanas migraram para leste para se adaptarem ao novo clima, em vez de desaparecerem”, explicou Isabell Schmidt, do Departamento de Arqueologia Pré-histórica da Universidade de Colónia, que liderou a publicação.






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