Postos de carregamento rápido de carros elétricos podem ser foco de poluição, alertam cientistas

O ar em torno dos postos de carregamento rápido de carros elétricos tem duas vezes mais partículas finais comparando com os níveis gerais urbanos.
O alerta é feito num artigo publicado este mês na revista ‘Environment International’, no qual uma equipa de 10 cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) analisou 50 estações de carregamento rápido nessa cidade dos Estados Unidos da América.
As partículas finas, também conhecidas como PM2.5, têm menos de 2,5 micrómetros de diâmetro e são consideradas um poluente atmosférico, originadas, por exemplo, pela queima de combustíveis fósseis, pelo desgaste dos pneus dos automóveis e por processos industriais. Podem também ter origem natural, como as tempestades de poeira.
Embora sejam prejudiciais à saúde, podendo alojar-se no organismo, viajar pelo corpo e libertar substâncias tóxicas, os investigadores dizem que as PM2.5 libertadas pelos postos de carregamento rápido não são produzidas por eles. O que se passa é que as ventoinhas de refrigeração desses equipamentos sugam e depois expelem essas partículas, que se concentram em maiores quantidades nesses locais.
Além disso, o efeito é localizado, com as concentrações a caírem a poucos metros de distância dos equipamentos.
Um dos principais autores do estudo, Yifang Zhu, professor de saúde ambiental, diz que, felizmente, resolver o problema não é complicado. Uma das soluções é instalar filtros nos postos de carregamento que impeçam a redistribuição das partículas finas.
O académico diz que a principal preocupação é com a saúde dos condutores que se mantêm pertos dos carros quando esses estão a ser carregados.
“Quando carregam o seu carro num posto de carregamento rápido, estão expostos a níveis elevados de matéria particulada prejudicial”, afirma, em comunicado, Yifang Zhu. No entanto, podem mitigar os riscos de exposição se se mantiverem dentro do carro durante o carregamento, ou se se afastarem do local.
Porque a mobilidade elétrica é fundamental para combater as alterações climáticas e proteger as pessoas e o planeta, os investigadores dizem que é indispensável resolver o problema de redistribuição de partículas poluentes dos postos de carregamento rápido.