Produtores esperam colheita de 52 mil toneladas de Maçã de Alcobaça em 2024



A colheita de Maçã de Alcobaça deverá ascender este ano a 52 mil toneladas de todas as variedades certificadas, evidenciando uma recuperação relativamente à campanha anterior, mas ainda aquém do potencial produtivo, segundo a Associação de Produtores.

Com a colheita a decorrer e o fruto a chegar à maioria dos supermercados “com normalidade e com excelente qualidade”, a campanha 2024 deverá apontar para uma “produção certificada esperada de 52.000.000 quilos (52 mil toneladas) de todas as variedades”, disse hoje à agência Lusa o presidente da APMA – Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça, Jorge Soares.

Num primeiro balanço da campanha deste ano, a APMA admite que terem sido “goradas as expectativas de recuperação das quantidades perdidas nas duas últimas campanhas”, de 2022 e 2023, mantendo-se, em 2024, a produção de Maçã de Alcobaça IGP (Indicação Geográfica Protegida) “media/baixa na sua principal variedade, Gala”.

De acordo com os dados divulgados pela associação, regista-se este ano uma produção “10% inferior à campanha passada e cerca de 30% inferior a uma campanha normal”, ou seja, aquelas em que se atinge o potencial produtivo da região, na ordem das “65 mil toneladas de maçã”, precisou Jorge Soares.

Ainda assim, a campanha revela um crescimento “10% no que refere ao número de frutos, que se formaram com crescimento mais lento e consequentemente frutos mais pequenos”, refere um comunicado da APMA.

Segundo a Associação, esta redução do crescimento “deve-se a alterações climáticas relacionadas com o aquecimento climático, em especial nesta campanha com aquecimento durante o período de inverno, não tendo as plantas pelo 3.º ano consecutivo conseguido satisfazer as necessidades de horas de frio para quebrarem com normalidade a sua dormência fisiológica”.

Apesar destas consequências “menos favoráveis para o crescimento, para a produtividade e para o rendimento dos produtores”, a APMA sublinhou a “satisfação de o menor crescimento dos frutos se traduzir em frutos mais ricos, mais concentrados em sólidos solúveis, em minerais e em fito nutrientes”.

Ou seja, pode ler-se no comunicado, “ frutos mais uma vez, muito atrativos pelos pigmentos formados, super aromáticos pela extrema riqueza em ácidos orgânicos e açúcares naturais, que no seu conjunto tornam a experiência de consumo agradável e diferenciadora”.

Com a campanha ainda a decorrer, a associação manifestou a “esperança de as variedades tardias, de colheita em setembro e outubro, recuperarem das produções perdidas”, o que admite vir a acontecer com as maçãs do tipo Reineta, ‘Granny Smith’ e ‘Fuji’, estas últimas “apresentando-se já como o segundo grupo varietal mais representativo do total de Maçã de Alcobaça IGP”.

Com exceção das questões climáticas, nas restantes condições “a campanha decorreu com normalidade, sem problemas graves de pragas e doenças”, divulgou a associação, sublinhando que esse fator aliado a “conceitos de produção sustentável, a práticas de agricultura regenerativa, a métodos de gestão racional do uso da água, a múltiplas práticas de limitação natural de pragas e luta biológica, permitiram introduzir a conceção dos primeiros Eco Pomares de Maçã de Alcobaça com reforço dos serviços naturais ou serviços ecológicos que hoje um pomar de Maçã de Alcobaça IGP proporciona para além da produção de maçã segura e saudável”.

A APMA é constituída por 22 Organizações e agrupamentos de produtores e representa um consórcio de aproximadamente 500 famílias de produtores, que no seu total produzem oito grupos de variedades distintas, num total de mais de 50 milhões quilos de maçã, o que representa cerca de 400 milhões de Maçãs de Alcobaça IGP certificadas.





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