Renováveis podem representar 80% do fornecimento de energia em 2050, admitem especialistas



Perto de 80% do fornecimento mundial de energia poderá ser feito com renováveis já em 2050, de acordo com um novo estudo publicado ontem em Abu Dhabi pelo IPCC, Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.

De acordo com o estudo, cujas conclusões foram desenvolvidas por 120 investigadores do IPCC, a penetração das energias renováveis poderá levar a poupar o equivalente a 560 gigatoneladas de dióxido de carbono entre 2010 e 2050 – ou seja, até um terço das emissões de CO2 normais.

Assim, este investimento poderá levar à manutenção do aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC, um dos objectivos das cimeiras do clima das Nações Unidas.

“Com uma política energética e climática consistente, as fontes de energia renovável podem contribuir substancialmente para o bem-estar da humanidade, ao estabilizar o clima e providenciar fornecimento de energia sustentável. Contudo, o aumento das renováveis é técnica e politicamente muito desafiante”, explicou o professor Ottmar Edenhofer, co-responsável pelo grupo de trabalho que efectuou a pesquisa – um estudo com 1.000 páginas.

Consulte o completíssimo relatório, que adianta também que as energias renováveis irão ser progressivamente mais baratas.

O estudo indica que são os países em desenvolvimento que têm a principal palavra no desenvolvimento desta energia, uma vez que é lá que vivem as 1,4 mil milhões de pessoas que ainda não têm acesso a electricidade. É nos países em desenvolvimento, também, que existem algumas das melhores condições para implementar projectos de energia renovável.

Para se ter uma ideia da dimensão do projecto, a versão final do estudo só estará concluída em 2014, sendo as seis tecnologias renováveis tidas em conta a bioenergia e segunda geração de biocombustíveis; energia solar directa; energia geotermal, hidroeléctrica, energia oceânica e eólica.

Por outro lado, foram analisados uns impressionantes 160 cenários prováveis até 2050, tendo quatro destes sido estudados ao pormenor.

Veja as principais conclusões do relatório, que teve como redactores principais, entre outros, os brasileiros Oswaldo Lucon, José Moreira e Roberto Schaeffer.





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