Rios por limpar apesar das preocupações com cheias em Alenquer

Os rios do concelho de Alenquer continuam por limpar dentro de zonas urbanas, cinco meses depois de a população de várias localidades do concelho ter pedido a sua limpeza para não voltarem a ter prejuízos sempre que há cheias.
Questionado pela agência Lusa cinco meses depois das preocupações manifestadas pela população, o município do distrito de Lisboa respondeu que, “como este ano choveu até mais tarde, este tipo de trabalho ficou forçosamente adiado, tendo havido a necessidade de acorrer a outras situações, por ordem de prioridades”.
Segundo a autarquia, o “trabalho será efetuado nos próximos dias”.
Na reunião pública de 14 de fevereiro do executivo municipal, o presidente da câmara, Pedro Folgado (PS), admitiu que a limpeza dos rios “dentro do casco urbano é da sua responsabilidade”.
A intervenção “era para ter sido no final do ano passado, mas com as chuvas acabou por não ser”, e “está em agenda para (…) breve”, disse na mesma ocasião.
Nessa reunião, estiveram presentes vários habitantes de Barbas que solicitaram uma intervenção da autarquia, tendo em conta os problemas existentes na Ribeira das Ceroulas, afluente do Rio de Alenquer que atravessa a localidade.
“O pilar da ponte faz com que os resíduos que o rio leva fiquem retidos e a água galga as margem e todos os anos temos inundações, a última mais grave foi em 2021, porque a linha de água não é limpa”, explicou Cláudia Pedro, uma das habitantes.
“Tivemos água pelos joelhos dentro de casa e na minha clínica veterinária e tivemos prejuízos gravíssimos, desde portas e mobílias que foram para o lixo”, continuou a moradora.
Em dias de maior pluviosidade, e face ao receio de inundações, “ninguém dorme” para tirar automóveis das garagens e arcas frigoríficas.
O problema arrasta-se há vários anos e, apesar de o município e junta de freguesia conhecerem o problema, voltou em novembro a alertar a câmara municipal e “ninguém faz nada”.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da União de Freguesias de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha, o independente Luís Cipriano, confirmou que o problema “é muito grave” e “arrasta-se há muitos anos”.
Segundo o autarca, não afeta apenas Barbas, mas também Aldeia Gavinha, Monte Gil e Merceana, localidades da freguesia atravessadas por vários afluentes do Rio de Alenquer.
“As pontes bloqueiam a passagem da água quando chove mais e deviam ser substituídas”, disse, confirmando que já ocorreram inundações desde há vários anos, como 2006 e 2021.