Sabrosa lança projeto para recolher resíduos orgânicos e diminuir lixo em aterro
A Câmara de Sabrosa arrancou hoje com um projeto-piloto para recolha e valorização de biorresíduos que envolve restaurantes, cafés, instituições e moradores de alguns bairros no objetivo de diminuir a deposição de lixo comum em aterro.
“O município de Sabrosa lança agora este projeto-piloto de recolha seletiva de biorresíduos sob o mote ‘Devolve à Terra, recolhe o futuro’, indo ao encontro das necessidades atuais de se promover uma transição para uma economia verdadeiramente circular, um dos principais desafios ambientais do país”, afirmou a presidente da autarquia, Helena Lapa.
O projeto insere-se no cumprimento das metas nacionais e europeias para a separação e tratamento dos biorresíduos, promovendo a diminuição do lixo comum, o desvio de aterro e permitindo transformar os resíduos orgânicos em composto a ser utilizado na agricultura promovendo a melhoria dos solos, sem utilização de um composto químico.
A partir de 2030, todo o tipo de resíduos que sejam valorizáveis não podem ser depositados em aterro.
O objetivo, salientou a autarca, “é desviar o máximo possível de biorresíduos do aterro, aumentar a taxa de reciclagem e melhorar a qualidade dos materiais recolhidos”.
O projeto-piloto decorre nas vilas de Sabrosa e São Martinho de Anta e é dirigido ao Canal Horeca, designadamente restaurantes, cafés e Instituição Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que passam a dispor de contentores comunitários para a deposição de biorresíduos.
Nesta fase, chega ainda a 120 habitações, nas vilas de Sabrosa (urbanização do Bacêlo e bairro da Mata da Soalheira), e São Martinho de Anta, (bairro Nossa Senhora da Azinheira e Rua Fundo do Povo).
O acesso aos contentores será condicionado, só os aderentes poderão despejar os seus resíduos orgânicos com uma chave de acesso.
Financiado pelo programa RecolhaBio, da Comunidade Intermunicipal do Douro e do Fundo Ambiental, o projeto dispõe de cerca de 32 mil euros e tem um prazo de execução até junho de 2026.
“Com este investimento, o município dá um passo decisivo na melhoria da eficiência do sistema de gestão de resíduos, ao mesmo tempo que promove práticas ambientais responsáveis, reduz custos futuros de deposição em aterro e estimula a criação de valor local, desde a produção de composto até ao incentivo à agricultura familiar e comunitária”, disse ainda Helena Lapa.
A campanha prevê a realização de 120 ações de sensibilização porta-a-porta, junto dos agregados familiares, para esclarecimento sobre a separação de resíduos orgânicos, entrega de equipamentos e informação útil sobre o processo.
Inclui ainda 20 ações dirigidas ao Canal Horeca, setor com grande produção de biorresíduos, acompanhadas de orientações específicas e materiais de apoio.
Serão também realizadas ações de capacitação nas juntas de freguesia, destinadas à população local, e junto da comunidade escolar, abrangendo todos os alunos, professores, funcionários e encarregados de educação.
Os biorresíduos representam, em média, cerca de 40% do lixo comum, sendo um dos fluxos com maior potencial de valorização ambiental e económica.
Quando corretamente separados e tratados, permitem produzir composto orgânico de alta qualidade, reduzir a deposição em aterro e diminuir emissões associadas ao setor dos resíduos, contribuindo diretamente para os objetivos do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, do Plano Nacional Energia e Clima e para a futura Estratégia Nacional de Bioeconomia Circular.