Siemens assina contrato com EPAL para instalação de um centro de controlo de água, energia e monitorização de emissões de gases com efeito de estufa



A Siemens Portugal assinou um contrato, de um concurso público internacional, com a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) para a instalação de um centro de controlo de água, energia e monitorização de emissões de gases com efeito de estufa, “único no país”, e a implementação de soluções avançadas de telemetria, que irão contribuir para que a EPAL, que abastece Lisboa e arredores, “consiga alcançar a meta de neutralidade energética das suas operações”, revela a tecnológica, em comunicado.

Segundo a mesma fonte, as soluções de telemetria, comunicação industrial e medição de água e energia da Siemens serão instaladas em 188 das principais infraestruturas de captação, abastecimento e tratamento de água da EPAL e Águas do Vale do Tejo em Portugal, responsáveis por cerca de 80% da sua capacidade instalada e consumo energético. Serão abrangidos os distritos de Lisboa, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Évora, um terço do território continental, o que corresponde a cerca de 33% da população nacional, ou seja, 3,5 milhões de pessoas.

O projeto inclui a criação de um centro de controlo para a gestão de água, energia e monitorização das emissões de gases com efeito de estufa, que “irá permitir medir, em tempo real e de forma mais rigorosa, os consumos de água e energia”. Além disso, “permitirá gerir eficazmente essas infraestruturas, maximizando a utilização de fontes próprias de energia renovável que a EPAL tem nas suas instalações, tais como centrais fotovoltaicas, mini-hídricas e parques eólicos”. Ao maximizar o uso de energia renovável própria, a EPAL “aumenta a sua resiliência energética em períodos de indisponibilidade da rede elétrica, e aumenta também a sustentabilidade da sua operação, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa”.

“É um projeto muito importante em termos de resiliência, economia e competitividade nacional, ao evitar que o País fique sujeito aos humores dos mercados energéticos mundiais que, por sua vez, estão sujeitos a questões políticas e a guerras em várias geografias, fatores que, naturalmente, Portugal não controla e sofre as consequências.”

Sobre a nova rede elétrica privativa, o presidente da EPAL José Sardinha, relembrou ainda que “será uma rede subterrânea e não foi concebida desta forma ao acaso. Fizemo-lo para aumentar ao máximo a resiliência – podem acontecer inundações, incêndios, entre outros, que a nossa rede está completamente protegida e isolada dos fenómenos/eventos extremos – e, ainda, para minimizar tudo o que sejam impactes ambientais associados a uma rede à superfície. Em jeito de suma, mais poupança, mais segurança, menos CO2.”

No âmbito deste projeto, a Siemens, através da Digital Industries, será responsável por toda a engenharia, planeamento, instalação e comissionamento das soluções de telemetria, medição de água, energia e comunicação industrial redundante. A empresa irá também desenvolver software personalizado para o centro de controlo da EPAL, com módulos de visualização e análise de dados que otimizam a gestão das infraestruturas. Ao processar os dados de forma inteligente, o software desenvolvido pela Siemens irá permitir uma gestão e tomada de decisões mais rápidas, eficientes e seguras, e contribuirá para que a EPAL e as Águas do Vale do Tejo prestem um serviço ainda mais fiável aos seus clientes.

Luís Bastos, responsável pela Digital Industries da Siemens Portugal, afirmou que “ficamos satisfeitos por participar neste projeto de enorme relevância para o setor da água nacional, fundamental para a vida de todos nós, e apoiar a EPAL na concretização dos seus objetivos rumo à neutralidade energética, otimizando a gestão eficiente e o controlo remoto dos seus ativos”. “É um orgulho estarmos a contribuir com o melhor da nossa expertise para Portugal ter a primeira empresa e Estação de Tratamento de Água do mundo totalmente autossustentável. Este projeto ambicioso é mais um exemplo de como podemos ser parceiros das empresas portuguesas nos seus processos de transformação digital e ambiental”, acrescentou.

Esta intervenção da responsabilidade da Siemens Portugal está enquadrada no Programa EPAL 0% que passa por alcançar a neutralidade energética em todas as operações até 2025, através de um mix integrado de soluções tecnológicas: ações de eficiência energética, produção da própria energia a partir de fontes renováveis com instalação de centrais de produção de energia hidroelétrica, eólica e fotovoltaica, instalação de microrredes, digitalização e operações de armazenamento nos reservatórios de água.

A empreitada adjudicada à Siemens tem o valor de €3.249.875,00. O projeto deverá estar concluído nos primeiros meses de 2024.





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