Sines e Mértola querem ser primeiros destinos turísticos sustentáveis do Alentejo
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Os municípios de Sines e de Mértola, no Alentejo, vão unir esforços para obterem a certificação de destino turístico sustentável, no âmbito de um projeto-piloto lançado esta semana pela Entidade Regional de Turismo (ERT).
“Temos vindo a trabalhar, já há algum, a certificação das empresas e, agora, pensámos que deveríamos começar a certificar destinos, como aliás já acontece em várias regiões do mundo”, disse hoje à agência Lusa o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, José Santos.
No âmbito deste projeto-piloto, revelou, foram assinadas cartas de compromisso que permitirão aos municípios de Sines, no distrito de Setúbal, e de Mértola, no de Beja, desenvolverem um conjunto de medidas para se tornarem nos dois primeiros destinos turísticos sustentáveis do Alentejo.
“Pareceu-nos que, por razões diferentes, quer Porto Covo [no concelho de Sines], por ser um destino costeiro, quer Mértola, por ser um destino de interior, poderiam ser os primeiros locais para trabalharmos a certificação, até porque são dois destinos turísticos que estão a ganhar preponderância no Alentejo”, explicou.
Para tal, indicou José Santos, “há um conjunto de requisitos e especificações” que “vão ser agora operacionalizados numa ótica turística”.
“São destinos que têm que cumprir um conjunto de requisitos ao nível da sustentabilidade ambiental e social e têm de ter em prática vários programas com o objetivo de garantir uma eficiência ambiental, o respeito pelas comunidades [e] uma capacitação das empresas e operadores” em várias áreas, precisou.
Considerando que a aldeia de Porto Covo “está num processo de franca ascensão turística”, o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo disse reconhecer que esta certificação “vai permitir gerir” o território de forma sustentável.
“Estamos a falar de um destino que duplicou ou vai duplicar a sua oferta de camas em pouco mais de três anos, há um crescimento acelerado do turismo e é preciso gerir” através desta certificação, frisou.
Esta certificação vai trabalhar com os alojamentos turísticos e “medir os seus desempenhos”, tanto ao nível dos resíduos urbanos como da reciclagem, e “vai avaliar e propor, para aqueles que não estejam a cumprir, uma melhoria”.
Por seu lado, a vila de Mértola, que “é um dos 10 principais destinos turísticos do Alentejo”, tem “já hoje uma política de sustentabilidade definida” e “está a procurar conectar-se melhor com Espanha”.
A certificação, desenvolvida em parceria com a Biosphere Portugal, “pode ser uma plataforma de gestão, acompanhamento e capacitação dos empresários” locais, afiançou o presidente da ERT.
“É um trabalho pesado, difícil e, por isso, optamos por trabalhar dois [polos] para podermos gerir melhor e garantir que estes destinos conseguem atingir a certificação. Quando assegurarmos que este trabalho está a correr, avaliaremos a oportunidade de trabalhar mais dois destinos” no Alentejo e Ribatejo, sublinhou.