UE compromete-se a apoiar o potencial da economia azul em África



A União Europeia (UE) apoia as “imensas oportunidades” oferecidas pela economia azul em África, afirmou ontem a embaixadora da UE no Quénia, Henriette Geiger.

“Os oceanos têm recursos ilimitados, o que significa que temos de trabalhar em conjunto para explorar as oportunidades que existem”, afirmou Henriette Geiger numa conferência de imprensa, em Nairobi, a capital queniana, para lançar a segunda edição do BlueInvest Africa, um fórum liderado pela UE.

O BlueInvest Africa tem como objetivo facilitar os encontros entre empresários africanos que procuram financiamento e investidores internacionais que exploram oportunidades, todos centrados em projetos capazes de impulsionar a economia azul de África.

“Acreditamos que existe um grande potencial inexplorado, um potencial ilimitado, não só para o Quénia, mas para toda a região da África Oriental e para África [continental]”, sublinhou a embaixadora.

O fórum, que ocorrerá entre 03 e 04 de julho na costa de Diani, no sul do Quénia, contará com a presença do Presidente queniano, William Ruto, entre outras autoridades.

O ministro queniano das Minas, da Economia Azul e dos Assuntos Marítimos, Salim Mvurya, disse, na conferência de imprensa, que “29 projetos de investidores já foram registados”, além de 12 pequenas e médias empresas do Quénia, Tanzânia, África do Sul, Benim e Madagáscar, que apresentarão as suas estratégias.

Da mesma forma, a secretária de Estado para a Economia Azul, Betsy Njagi, sublinhou que a união estratégica e as colaborações que podem surgir do fórum “contribuirão para o financiamento da economia azul” e permitirão o surgimento de ideias que desenvolverão a tecnologia necessária para torná-la uma atividade económica sustentável.

A diretora-geral da Associação de Capital de Risco da África Oriental, Christine Minor, também interveio, referindo que “a economia azul tem um potencial imenso, gerando mais de 25 mil milhões de dólares [cerca de 23 mil milhões de euros] em receitas anuais” em todo o mundo e ajudando a impulsionar o emprego de milhões de pessoas.

“Os investimentos azuis têm apresentado retornos de até 15% ao ano e têm tido um impacto significativo na melhoria da economia local e na promoção da sustentabilidade ambiental nas comunidades costeiras”, acrescentou Minor.

O BlueInvest pode também ser uma oportunidade para os bancos financiarem projetos inovadores relacionados com a biotecnologia, a piscicultura, a eco-reciclagem ou a construção naval sustentável, afirmou o presidente da Associação de Banqueiros do Quénia e Diretor Executivo do NCBA Bank, John Gashora.

A embaixadora europeia sublinhou ainda a colaboração da UE na luta contra os desafios nas costas africanas, como a pirataria, a pesca ilegal e o despejo de resíduos tóxicos.

Em 2019, a UE lançou o fundo de investimento BlueInvest com 75 milhões de euros para financiar projetos de economia azul, ou seja, atividades ligadas aos oceanos, mares e costas.

O fundo é complementado pela plataforma BlueInvest, organizadora da segunda edição deste fórum, que se realizou pela primeira vez nas Seychelles em 2022.

O fundo foi lançado pela Comissão Europeia e pelo Fundo Europeu de Investimento, que faz parte do Banco Europeu de Investimento (BEI) e gere este instrumento.





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