Vai viajar para observar animais selvagens? Saiba o que deve e não deve fazer para ser um turista responsável

O turismo de vida selvagem está a ganhar cada vez mais adeptos. Estima-se que essa atividade represente 3,9% do setor global de turismo e viagens e projeções apontam para um aumento de 7,7% desse mercado até 2033, face a valores de 2023.
No entanto, com o aumento da procura por viagens a locais exóticos para observar e interagir com animais selvagens nos seus habitats naturais, há problemas que podem surgir, se as coisas não forem bem feitas. Várias notícias há sobre turistas feridos ou mortos em safaris por se terem aproximado demais ou provocado leões e elefantes, sobre conflitos com as comunidades locais por causa de comportamentos menos éticos, e a lista continua.
Porque o turismo de vida selvagem representa uma importante fonte de receitas para as economias locais, e porque muitos devem estar já a planear as férias de verão, a organização não-governamental International Fund for Animal Welfare (IFAW) apresenta dicas para ajudar os turistas a serem viajantes responsáveis, pelas comunidades humanas que os recebem e pelos animais selvagens que habitam nos locais de destino.
A IFAW define o turismo responsável como sendo consciente dos impactos sociais, económicos e ambientais das nossas viagens. “É compreender o potencial impacto das nossas ações nas comunidades locais, na vida selvagem e nos ecossistemas, para ter a certeza de que é positivo”, diz no seu portal online.
Entre os conselhos que dá aos turistas que procuram um contacto mais próximo com animais selvagens, a IFAW sugere não visitar locais onde se possam contactar fisicamente com animais selvagens em cativeiro, dizendo que tal pode ser prejudicial para os animais.
“Nadar com golfinhos em cativeiro, montar elefantes e interagir com grandes felídeos são atividades turísticas popularizadas que podem parecer inofensivas, mas podem, na verdade, ser cruéis para os animais e comprometer o seu bem-estar”, afirma a organização.
Para observar baleias, o conselho é escolher operadores que respeitam as distâncias de segurança, e não alimentar ou tocar nos animais selvagens, para segurança dos turistas e dos próprios não-humanos.
Se o plano é visitar parques zoológicos ou santuários, a IFAW apela à escolha de instituições éticas que apoiem programas de resgate e de conservação. Se o que está na lista é um safari, é assegurar que os operadores têm práticas sustentáveis, que contribuem para o bem-estar e desenvolvimento económico das comunidades locais e que não usam os animais meramente para entretenimento, mas apresentam-nos como embaixadores das respetivas espécies.
Se a intenção é mergulhar em recifes de coral, a organização sugere o uso de protetores solares sem químicos tóxicos que podem ameaçar a sobrevivência desses animais que suportam a grande diversidade de vida que atrai tantas pessoas.
Por fim, a IFAW apela aos turistas de vida selvagem que não retirem animais ou plantas dos seus habitats naturais “Pode parecer inócuo, mas até mover uma pequena pedra pode perturbar o habitat de um pequeno animal”, aponta, acrescentando que é imprescindível “deixar os objetos naturais tal como os encontrámos, preservando o ambiente para a vida selvagem e para as gerações futuras”.
E não esquecer, lembra a IFAW, a importância de respeitar todas as regras de conduta dos parques naturais e das áreas protegidas, para “ajudar a manter esses espaços e respeitar os esforços que são feitos para protegê-los”.
“As regras existem para minimiar o impacto humano e salvaguardar os habitats naturais e as espécies vulneráveis que aí vivem.”