Floresta amazónica corre sérios riscos de seca



Com uma área de aproximadamente 5.500.000 km², a floresta amazónica corre sérios riscos de entrar numa fase de seca e desmatamento. A acção humana conjugada com a redução das chuvas na região é apontada como a causa para mais um flagelo ambiental.

O alerta foi lançado há poucos dias pela cientista Delphine Clara Zemp, do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, na Alemanha, num artigo cientifico publicado na revista de referência Nature. Depois de analisar os fluxos de água, e as suas complexas ligações, a investigadora conseguiu estabelecer uma relação directa entre o desmatamento e a seca.

Para a cientista a situação é grave e terá consequências muito em breve. “Por um lado, sabemos que a redução de chuvas aumenta o risco de desmatamento e, por outro, esse desmatamento pode intensificar a seca na região”, explica. “Quanto maior a seca menor fica a floresta, quanto menor for a floresta mais seca ela será e assim por diante. As consequências desse círculo vicioso entre as plantas no solo e a atmosfera que os rodeia não é ainda tão claro”, acrescentou.

A cientista deixa ainda mais um alerta no seu trabalho defendendo que, caso nada seja feito para mudar esta situação, a floresta amazónica irá tornar-se uma savana, perdendo muitas das características que lhe deram o título de “pulmão verde do mundo”.

Ideia partilhada pelo co-autor do estudo, Henrique M. J. Barbosa, que chama a atenção para as consequências da actividade humana na Amazónia. “O ciclo da água na Amazónia é uma mistura de física e biologia, mas também é uma das maiores maravilhas da natureza. Mas é também surpreendentemente susceptível às mudanças ambientais e à actividade humana, que impõe perturbações maciças na Amazónia”, explica.

Mas ainda há esperança para o futuro da Amazónia, e ela surge na imensa e variada biodiversidade deste local mágico. Uma vez que cada espécie reage às ameaças externas de forma distinta, e com a grande diversidade de vegetação no local, isto poderá significar que este ecossistema tem mais “armas” para resistir melhor. “Preservar a biodiversidade torna-se não só uma questão de amar a natureza, mas em um elemento estabilizador do sistema terrestre”, conclui Marina Hirota, também a participar no estudo.

Foto: EdGrandisoli / via Creative Commons





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