Rã de Madeira do Alasca congela no Inverno e “regressa à vida” na Primavera
Durante o Inverno, a rã de madeira tem o seu corpo totalmente congelado para despertar na primavera e recuperar as funções vitais. O período de hibernação pode durar de dias a semanas e nessa fase mais de 60% do seu organismo entra em estado de congelamento. O coração deixa de bater e a respiração cutânea não é mais executada.
O anfíbio chega a tal nível de congelamento que os processos físicos do seu organismo estão, para todos os efeitos, mortos. Elas podem sobreviver a longos invernos, nos quais as temperaturas variam entre -9°C e -18°C. Numa única estação podem passar por 10 a 15 ciclos de congelamento.
Os investigadores descobriram que a razão para esse fenómeno é a alta concentração de agentes crioprotetores presentes nos tecidos da rã – que baixam a temperatura de congelamento das células, ajudando-as a sobreviver. Na maioria dos animais, a exposição a temperaturas abaixo de zero por um longo período de tempo pode causar o encolhimento celular, eventualmente secando-as e matando a célula. Porém, nesta espécie de rãs, os crioprotetores ajudam as células a resistirem ao encolhimento.
O estudo do congelamento e descongelamento das células das rãs madeira ofereceu uma grande contribuição para a ciência médica ao estabelecer métodos para preservar com mais assertividade os órgãos para transplante. O grupo de cientistas responsável pelo estudo dos anfíbios identificou semelhança entre a ação dos agentes crioprotetores e as necessidades de preservação dos tecidos de órgãos humanos para a realização de transplantes.