Comissão Europeia prepara fim de carros poluentes. O futuro é elétrico e está a chegar



A Comissão Europeia prepara-se para anunciar que todos os carros novos vendidos a partir de 2035 têm de ter zero emissões poluentes e vários construtores automóveis já anunciaram planos para a sua passagem ao todo elétrico.

Fontes citadas por agências como a AFP ou a Bloomberg indicam que a Comissão deve propor na quarta-feira as suas orientações para alcançar a neutralidade carbónica em 2050, que incluem a supressão total das emissões com origem no automóvel a partir de 2035.

Documentos da Comissão consultados pela Bloomberg indicam que o executivo europeu quer que as emissões das novas viaturas caiam para 65% em 2030 e zero em 2035. Estes padrões vão ser complementados, acrescenta a agência noticiosa, com a obrigatoriedade de os governos nacionais desenvolverem a infraestrutura de carregamento dos veículos elétricos e a hidrogénio.

Como que a antecipar esta decisão, nos últimos meses numerosos construtores automóveis têm-se comprometido radicalmente com a via elétrica.

O mais recente a fazê-lo, o alemão Opel, filial do grupo Stellantis, anunciou na quinta-feira que seria 100% elétrico na Europa a partir de 2028.

Este grupo, que junta desde janeiro a PSA (Peugeot-Citroen-Opel) e a FCA (Fiat-Chrysler) quer ter um dos primeiros papéis na eletrificação em curso do mercado automóvel. Já abandonou o desenvolvimento de motores de combustão e tenciona investir 30 mil milhões de euros na eletrificação das suas gamas até 2025 e em programas informáticos.

A Opel quer ser 100% elétrica na Europa até 2028 e a Fiat entre 2025 e 2030, indicou o seu diretor, Olivier François.

A Volkswagen está a apostar tudo no elétrico, com sucesso até agora. Lançado no final de 2020, o seu modelo compacto ID3 disputa a liderança deste mercado com a Tesla.

O grupo alemão ainda não anunciou a data para o fim dos motores de combustão, mas conta ter, até 2030, 60% das viaturas com baterias nas suas vendas europeias.

Na sua passagem para o elétrico, vai investir 46 mil milhões de euros em cinco anos.

A sua marca de luxo Audi vai ser 100% com bateria em 2033. A sua outra filial de luxo, a Porsche, vai lançar-se na produção de células de baterias de alto desempenho.

A Lamborghini, que também pertence a este grupo alemão, pretende eletrificar o conjunto da sua gama de desportivos até ao final de 2024.

O construtor de supercarros Bugatti, cujo controlo vai ser cedido pela VW ao pioneiro elétrico croata Rimac, deve lançar um modelo elétrico a médio prazo.

Por seu lado, a Volvo, filial do grupo chinês Geely, prevê retirar do seu catálogo até 2030 todos os modelos de combustão, incluindo os híbridos, a mesma data assumida pela Bentley, ou Ford, para a Europa.

“A partir de 2025, metade das nossas viaturas vão ser elétricas”, anunciou em março, durante uma entrevista à AFP, o presidente da Volvo Cars, Hakan Samuelsson.

Para reiventar a sua gama, a Jaguar Land Rover, filial do grupo indiano Tata, vai investir 2,5 mil milhões de libras (2,8 mil milhões de euros) por ano, em grande parte no elétrico. Os desportivos da Jaguar vão ser todos elétricos a partir de 2025.

Já a Renault, pioneira do elétrico com o Zoé, pretende apresentar “o ‘mix’ mais verde do mercado europeu em 2025”, com mais de 65% de veículos eletrificados. Até 2025, vai lançar 10 novos veículos elétricos, entre o quais uma versão moderna e “acessível” do emblemático Renault 5, fabricado em França.

A BMW, nos próximos 10 anos, quer vender 10 milhões de modelos 100% elétricos, mais do dobro dos quatro milhões que tinha anunciado.

Outro pioneiro das viaturas elétricas, com o i3, esta marca perdeu depois terreno, nomeadamente para a Tesla.

A sua filial Mini vai virar totalmente as costas aos motores de combustão dentro de 10 anos.

A norte-americana General Motors tem a intenção de deixar de construir até 2035 viaturas com emissões poluentes, mesmo que ainda não se tenha comprometido abertamente com uma oferta exclusiva de veículos elétricos naquele ano.

E a nipónica Toyota, pioneira dos veiculos híbridos, que não acredita nas viaturas de bateria, vai lançar sete modelos 100% elétricos até 2025.

Até lá, o número um mundial do automóvel prevê realizar na Europa 10% das suas vendas em elétrico e hidrogénio, ao lado de 70% de híbridos, 10% de híbridos recarregáveis e 10% de veículos com combustíveis fósseis.

No caso da Daimler (Mercedes-Benz), o objetivo é continuar a “acelerar” no elétrico, duplicando as vendas das viaturas eletrificadas, incluindo as híbridas, em 2021, em relação a 2020. Em 2025, 25% das viaturas vendidas devem ser eletrificadas, com a meta dos 50% estabelecida para 2030.

Por fim, a coreana Hyundai prevê apresentar 23 modelos de veículos elétricos até 2025 e vender mais de um milhão de unidades. Por seu lado, a Kia vai apresentar sete modelos elétricos, que devem representar 20% das suas vendas mundiais.





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