Brasil pode ter a produção de energia eólica mais barata do mundo
Se a estratégia da Renova Energia for bem sucedida, o Brasil poderá produzir a energia eólica mais barata do mundo – e ser em breve o quarto maior mercado eólico do Planeta. O projecto começou na semana passada a operar na maior fazenda eólica da América do Sul, no nordeste brasileiro, e já prepara outras seis fazendas para o próximo ano.
Detida pela Light e Cemig, a Renova Energia estima que as suas turbinas irão girar 50% do tempo, ao contrário das suas congéneres europeias, que têm um desempenho médio de 25%. Os ventos que sopram sobre o Atlântico no nordeste brasileiro são os mais consistentes do mundo, segundo o American Meteorological Society, o que permite que as empresas usem turbinas mais baratas e leves.
O Brasil planeia duplicar a sua capacidade de geração de energia eólica em 2013, pelo que a Renova espera que as suas quintas eólicas possam produzir energia a um quarto do preço que é necessário para tornar os projectos europeus viáveis.
“Não se sabe ao certo se estas turbinas terão o desempenho esperado”, explicou ao Planeta Sustentável Unai Otazua Aranguren, director de energia renovável da consultoria Garrad Hassan Group. “O vento aqui tem um comportamento diferente do que temos na Europa e Estados Unidos.”
Esta estratégia conta também com o apoio do Governo brasileiro, que está a promover projectos de energia eólica e outras renováveis, no sentido de diversificar a matriz energética – as centrais hidroeléctricas representam 66% da capacidade instalada. Por outro lado, as quintas eólicas podem compensar o fornecimento de electricidade em mesas mais secos.
Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a energia eólica irá instalar 10 GW entre 2012 e 2020, o equivalente a um investimento global de €27 mil milhões (R$68 mil milhões).
Em 2011, o Brasil foi o 11º mercado em energia renovável, de acordo com o Global Wind Energy Council. Dentro de poucos anos, estará no top 5.