Ativistas portugueses em protesto contra a aviação privada no Aeroporto de Tires
4 ativistas do grupo Scientist Rebellion realizaram ontem por volta das 16h de hoje, um protesto à entrada do aeroporto de Tires, alertando para o “peso desproporcional” das emissões de gases poluentes pelos 1% mais ricos do mundo, informou o grupo em comunicado.
Segundo a mesma fonte, a estes ativistas juntaram-se, em apoio, 2 membros do grupo Aterra. Os manifestantes exibiram uma faixa com as palavras “banir jatos privados” e permaneceram na entrada do aeroporto até serem removidos pelos seguranças.
Este protesto faz parte de uma iniciativa internacional, com 10 protestos que ocorreram no mesmo dia em aeroportos utilizados para voos privados. Os ativistas envolvidos nesta campanha internacional “exigem que os jatos privados sejam banidos, já que um voo privado de 4 horas produz tantas emissões de gases com efeito de estufa como um cidadão comum num ano inteiro”. Para além disto, “exigem também que seja instaurado um imposto para passageiros frequentes e para voos privados mais longos”.
Por último, estes protestos “visam chamar a atenção para a grande injustiça e desigualdade da sociedade atual”. Segundo a Oxfam, os 1% mais ricos do mundo produzem mais do dobro das emissões do que os 50% mais pobres. Recentemente, várias celebridades têm sido criticadas pelo uso excessivo de jatos privados, particularmente pelo sua utilização em curtas distâncias. “É fundamental e justo que as pessoas mais ricas, que também são as mais poluentes, paguem pelos danos que causam a um mundo que é de todos”. Assim, os ativistas “exigem que o 1% mais rico contribua de forma proporcional à sua responsabilidade para fundos que permitam compensar as pessoas e áreas mais afetadas pelos piores impactos das alterações climáticas”.
Até agora, centenas de ativistas e cientistas participaram em protestos em 11 aeroportos utilizados pela aviação privada em 8 países além de Portugal, nomeadamente: França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Reino Unido e USA.
Uma das ativistas da Scientist Rebellion presente na ação, a bióloga Teresa Santos afirmou: “Temos de acabar com os aviões privados pois estes poluem 10 vezes mais do que um voo normal e 50 vezes mais do que uma viagem de comboio. Este meio de transporte é utilizado pelos ultra-ricos que contribuem de forma desproporcional para as emissões globais.” “Viajar em jatos privados é completamente imoral e inapropriado durante a crise climática que estamos a viver”, acrescentou a bioantropóloga Sara Gaspar no aeroporto de Tires.
Em todo o mundo, estes protestos são um resultado de uma colaboração entre membros da Extinction Rebellion e da Scientist Rebellion. O Climate Emergency Fund (Fundo de Emergência Climática) apoia o recrutamento, formação, desenvolvimento de capacidades e esforços educacionais da Scientist Rebellion.