Lisboa reduz horário de iluminações de Natal para poupança energética de 50%
As iluminações natalícias em Lisboa vão ser ligadas a partir de 06 de dezembro, com redução do horário de funcionamento, para garantir “poupanças de 50%” no consumo de energia em relação a 2021, anunciou hoje a câmara municipal.
Cumprindo com o plano do Governo de poupança de energia 2022-2023, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) decidiu, além de ligar as luzes só a partir de 06 de dezembro, reduzir o período em que as mesmas estarão em funcionamento, determinando que nos dias de domingo, segunda, terça, quarta e quinta-feira estarão ligadas entre as 18:00 e as 23:00 e às sextas-feiras e sábado das 18:00 às 24:00.
No dia de Natal e noite da passagem de ano, o horário de funcionamento das iluminações será prolongado por mais uma hora, estando ligadas das 18:00 à 01:00, informou a CML, numa nota enviada à agência Lusa.
Relativamente ao investimento nas iluminações de Natal, inscrito num protocolo com a União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), a câmara disse que o valor “é o mesmo que foi apresentado em anos anteriores”, na ordem dos 750 mil euros, a que se junta 50 mil euros para ações e eventos neste âmbito.
“Lisboa será iluminada nos locais tradicionais, entre praças, ruas e avenidas, com recurso a lâmpadas de baixo consumo com tecnologia LED, permitindo um aforro energético na ordem dos 85% face à obsoleta tecnologia de incandescência”, indicou a autarquia.
Segundo a resolução do Conselho de Ministros n.º 82/2022, publicada em 27 de setembro em Diário da República, que define medidas preventivas para redução do consumo de energia relacionado com iluminação interior e exterior, a administração pública local deve ajustar os períodos de utilização da iluminação natalícia para o horário entre as 18:00 e as 24:00, “de 06 de dezembro de 2022 a 06 de janeiro de 2023”.
Considerando que os tempos exigentes “a todos convoca para o desafio da poupança energética”, a CML informou que a redução do horário, este ano, para as iluminações de Natal permite uma poupança energética na ordem dos 50% em relação a 2021, ano em que as luzes foram ligadas no dia 19 de novembro.
“A opção no tipo de tecnologias led e meios utilizados, associado a uma redução do número de horas de funcionamento, irá permitir poupanças muito significativas de energia comparativamente com anos anteriores”, realçou a autarquia, informando que a utilização de lâmpadas led permite 85% de poupança em termos energéticos, o que já aconteceu em 2021 com a utilização de iluminações com esta tecnologia, mas o cálculo final da poupança depende de outras variáveis.
Em 2021, a potência instalada foi de 195,71 quilowatt (kW), para 299 horas de funcionamento, o que resultou num consumo total de 58,5 megawatt-hora (MWh), adiantou a câmara, referindo que, para este ano, o previsto é 179,26 kW de potência instalada, para 172 horas de funcionamento, e um consumo total de 30,8 MWh.
Em termos percentuais, comparando com 2021, prevê-se este ano reduções de 8,4% na potência instalada (91,6%); de 42,5% no número de horas de funcionamento (57,5%); e de 47,35% no consumo total (52,65%), de acordo com os dados divulgados pela CML.
“A poupança dos recursos do planeta é algo que nos preocupa verdadeiramente. E com isso em mente procuramos sempre optar por garantias na utilização das mais recentes técnicas de poupança, quer pela utilização de materiais mais eficientes, quer pela utilização de energias renováveis durante a produção”, apontou o executivo municipal de Lisboa, sob a presidência de Carlos Moedas (PSD).
A autarquia destacou, ainda, que o Natal é um momento em que muitos comerciantes esperam potenciar as suas áreas de negócio, no sentido de alcançar mais e melhor oferta comercial, pelo que, para tal, é essencial promover mecanismos que contribuam para o acréscimo de movimento nas ruas e nas lojas.
Neste sentido, as iluminações natalícias têm sido “um dos pontos altos de estímulo ao comércio em Lisboa”, reforçou a CML, acrescentando que constituem, também, uma tradição fortemente enraizada por todos os que vivem e trabalham na capital, “assumindo um relevo acrescido devido ao elevado número de turistas e visitantes que, todos os anos, nesta época, visitam a cidade”.