Associação cabo-verdiana junta mais de uma dezena de músicos para criar “hino ambiental”



A associação ambientalista cabo-verdiana Biosfera I juntou mais de uma dezena de músicos para criar um “hino ambiental”, para promover uma maior consciencialização, incentivar e mobilizar a sociedade para promover a conservação da biodiversidade, disse hoje fonte oficial.

“Esta música surgiu numa ideia da Biosfera, em conversa com todos, para criarmos uma mensagem forte sobre a questão da conservação ambiental em Cabo Verde, algo que ficasse no ouvido das pessoas”, descreveu à Lusa Odair Cardoso, coordenador de comunicação da Biosfera.

Intitulada “Nôs Planeta, Nôs Casinha” (Nosso planeta, nossa casinha), a música é considerada um “hino ambiental”, que visa apelar a união entre todos para a preservação e proteção ambiental em Cabo Verde, bem com um alerta para a questão da poluição ambiental no país, que afeta os ecossistemas marinhos e terrestres.

A partir da ideia, o responsável disse que a associação foi identificando e convidando os artistas e gravando conforme a disponibilidade de cada um.

Com produção de Nana Almeida e Hernany Almeida, é uma composição conjunta entre a Biosfera, Nana Almeida e Constantino Cardoso, e que já foi lançada nas plataformas digitais, nas rádios e televisões do país.

Participaram da gravação da música os artistas Cremilda Medina, Jennifer Solidade, Gabriela Mendes, Dina Medina, Tete Alhinho, Grace Évora, Anísio Rodrigues, Lizender Medina, os rapperes Batchart e Ga Dalomba e ainda do coro da cantora Giselle Silva.

“Foram vários meses de intenso trabalho entre gravações e edição em estúdio para a produção desta música que contou desde o primeiro momento com o engajamento de todos os artistas”, frisou a associação ambientalista, numa nota de imprensa.

O coordenador de comunicação acredita que a música vai ajudar a mudar a mentalidade das pessoas relativamente à conservação ambiental em Cabo Verde. “Esta é mais uma ferramenta que a Biosfera utiliza para despertar a consciência ambiental nas pessoas”.

Essencialmente, segundo a mesma fonte, foca-se na questão da poluição ambiental, que afeta muito os ecossistemas terrestres e marinhos em Cabo Verde, principalmente nas áreas onde atua, nas ilhas de São Vicente, Santa Luzia e os ilhéus próximos.

“Nós notamos cada mais a presença de plásticos nas praias de desova das tartarugas, as próprias aves marinhas já fazem muitos ninhos recorrendo ao plástico, e acreditamos que com esta música será mais um instrumento para fazermos a mensagem chegar mais além”, projetou Cardoso, esperando que a notoriedade e influência dos artistas possa fazer a mensagem chegar o mais longe possível.

“Que seja uma mensagem abrangente, que chega a todo o Cabo Verde e, quiçá, também a diáspora e assim termos uma voz nacional e conjunta a trabalhar e a fazer pelo ambiente”, concluiu o coordenador, nas declarações à Lusa.

A Biosfera é uma associação não-governamental com sede na ilha de São Vicente, que nasceu em 2006 da paixão de dois ecologistas cabo-verdianos, pai e filho, José Melo e Tommy Melo, empenhados na proteção dos recursos costeiros e marinhos de Cabo Verde.

Atua nas áreas de tartarugas, aves marinhas, tubarões e raias, répteis, áreas marinhas protegidas, pesca sustentável, poluição marinha por macro plástico e sensibilização/mobilização da população na defesa ambiental.

A Biosfera tem ainda como missão promover a defesa da conservação das espécies costeiras e marinhas e dos seus habitats nas ilhas do Barlavento e mobilizar a sociedade civil para a proteção do ambiente.





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