Clima e segurança: Comissão Europeia reconhece que alterações climáticas são ameaça à paz



A Comissão Europeia (CE) afirma para “o crescente impacto das alterações climáticas e da degradação ambiental nos campos da paz, segurança e defesa”. Reconhece que as secas, os eventos climáticos extremos, a perda de biodiversidade e a poluição “estão a ameaçar a saúde e bem-estar da humanidade”, podem forçar deslocações e vagas de migração e provocar instabilidade social e até conflitos.

O alerta é feito numa comunicação conjunta com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, transmitida esta quarta-feira ao Parlamento Europeu, numa altura em que os eurodeputados se preparam para votar da Lei de Restauro da Natureza, que tem enfrentado resistências dos Estados-membros e de alguns parlamentares.

O executivo comunitário considera que é preciso cimentar o nexo clima-segurança, que estabelece ligações diretas entre as alterações climáticas e a estabilidade, segurança e paz internacionais.

Embora admita que tenham sido dados passos significativos na implementação de políticas climáticas de mitigação e adaptação e na transição energética para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e dos países, como a Rússia, que os produzem, a CE avisa que “existe um risco de instabilidade, insegurança e até de conflito” nos países que mais sofrem com as alterações climáticas e que a União Europeia se deve preparar para “os crescentes efeitos de contágio”, como novos e maiores eventos de migração.

A comunicação conjunta refere ainda que “as implicações das alterações climáticas e da degradação ambiental na segurança e na defesa tornaram-se, assim, mais urgentes, desafiadores a multifacetadas”.

Como tal, a CE e Borrell dizem que os Estados-membros devem integrar esse nexo na conceção e implementação de políticas climáticas e ambientais e reduzir os impactos das suas infraestruturas e operações militares e civis. Alem disso, salientam a importância do reforço de parcerias internacionais e a participação da UE em fóruns multilaterais, como a NATO, para fortalecer o destaque dado ao clima e ao ambiente nesses fóruns.





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