Quatro parques eólicos cabo-verdianos pouparam emissão de 47 mil toneladas de CO2
A eletricidade gerada pelos quatro parques eólicos da Cabeólica, uma parceria público-privada cabo-verdiana com financiamento internacional, evitou a emissão de 47.261 toneladas de CO2 em 2022, segundo a empresa, que prevê este ano iniciar o alargamento da produção.
De acordo com o relatório e contas de 2022 da Cabeólica, a que a Lusa teve hoje acesso, a empresa manteve no ano passado a potência instalada de 25,5 MegaWatts (MW), com 30 turbinas eólicas distribuídas pelos parques nas ilhas de Santiago (11), Sal (09), São Vicente (07) e Boa Vista (03).
Acrescenta que em 2022, essa produção contribuiu com reduções de emissão de CO2 em 47.261 toneladas, valor que compara com as 47.414 toneladas em 2021 e 44.400 toneladas em 2020, desempenho que continua longe das 53.600 toneladas em 2019.
Em dez anos de atividade, a produção de energia limpa pela Cabeólica já permitiu uma redução de cerca de 559.864 toneladas de CO2 por Cabo Verde, mantendo-se a empresa com maior impacto na redução de gases com efeito de estufa no país, conclui-se no relatório.
Essas emissões evitadas são traduzidas em créditos de emissões denominados “Reduções Certificadas de Emissões” ou CER, comercializadas através do contrato do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um programa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
A Cabeólica já tinha renovado em 2021 o seu registo no programa MDL até 2027 e refere igualmente que foi responsável pela produção de 15% da eletricidade consumida no país em 2022 (16% em 2021).
No relatório, a empresa destaca ainda o projeto de expansão, que resulta de um acordo assinado com o Governo de Cabo Verde em 2022 e que “compreende a instalação de três turbinas eólicas com capacidade de cerca de 4,5 MW cada, representado uma capacidade total adicional de 13 MW no parque eólico da ilha de Santiago, bem como dois sistemas de armazenamento de energia em baterias de lítio nas ilhas de Santiago e Sal”.
“Irá consolidar e prolongar a posição de liderança da Cabeólica no setor das energias renováveis. Aguardamos ansiosamente para trabalhar com o Governo na execução deste estimulante projeto”, descreve a presidente do conselho de administração da empresa, Kudzayi Hove, na mensagem que consta do relatório e contas.
A Cabeólica garante que “além do impacto ambiental e em prol da redução de vulnerabilidade do país”, este investimento permitirá “um melhor aproveitamento das capacidades da energia eólica de Cabo Verde, contribuindo para o incremento da taxa de penetração de energia renovável de cerca de 20% para 30% e poupanças anuais significativas” para a Electra, empresa estatal de produção e distribuição de eletricidade, e para o país.