Costa do Marfim inaugurou a primeira central de energia solar no país
A Costa do Marfim inaugurou ontem a sua primeira central de energia solar, um projeto que se insere no esforço do país para atingir uma quota de 45% de energias renováveis no seu cabaz energético, até 2030.
A cerimónia decorreu em Boundiali, no norte quente e seco do país, onde foi inaugurada a central de 37,5 megawatts (MW) e foi ainda registado o lançamento do projeto da sua ampliação.
O custo total do projeto é de 75,6 milhões de euros, financiados conjuntamente pela Alemanha, a União Europeia (UE) e a Costa do Marfim.
“É com grande satisfação que vejo a conclusão deste projeto estruturante, que está em plena consonância com os objetivos de transição energética da Costa do Marfim, que visa ter 45% de energias renováveis no cabaz energético nacional até 2030”, declarou Myriam Ferran, a diretora-geral das Parcerias Internacionais da Comissão Europeia, presente na cerimónia.
“Um objetivo tão ambicioso mostra claramente a determinação do Estado da Costa do Marfim em investir mais no domínio das energias renováveis”, acrescentou.
De acordo com o Ministério da Energia da Costa do Marfim, este projeto deverá facilitar a eletrificação das aldeias e “melhorar a qualidade do serviço para mais de 430.000 agregados familiares”.
Em 2022, a taxa de cobertura elétrica do país terá atingido 82%, quando em 2011 essa percentagem era de 33%.
Esta central solar representa apenas uma pequena parte da produção de eletricidade da Costa do Marfim, dois terços da qual é atualmente fornecida por energia térmica, sendo o restante fornecido principalmente por barragens hidroelétricas.
Desde 2014, a quota das energias renováveis no cabaz energético da Costa do Marfim passou de 604 MW para 925 MW, o que representa um aumento de 53%, segundo a Agência Internacional das Energias Renováveis (Irena).
A capacidade instalada da Costa do Marfim está atualmente estimada em cerca de 2.500 MW e poderá duplicar até 2030, segundo as projeções do Ministério da Energia.
A Costa do Marfim exporta cerca de 10% da sua produção de eletricidade para seis países vizinhos – Gana, Togo, Benim, Burkina Faso, Mali e Libéria, de acordo com o Ministério da Energia.