Fogo em Coimbra assustou e fez lembrar terrível ano de 2005
A população acordou hoje mais calma na zona das Carvalhosas, às portas de Coimbra, depois do incêndio que atingiu a localidade ter entrado em fase de resolução, embora o vento forte faça temer reacendimentos.
O fogo começou naquela povoação da freguesia das Torres do Mondego às 16:18 de segunda-feira e dirigiu-se para a localidade de Lagoas, na freguesia de Ceira, chegando a mobilizar mais de 300 operacionais e uma centena de viaturas, além de cinco meios aéreos.
“Foram momentos de muita aflição, que nos fez lembrar o grande incêndio de há cerca de 20 anos”, disse à agência Lusa Arminda Correia, de 77 anos, ainda assustada com os acontecimentos.
A septuagenária lembrou que no último grande incêndio, em setembro de 2005, foi a população que apagou as chamas e que, na altura, a localidade ficou sem água, energia e comunicações, o que não aconteceu desta vez.
O seu marido, Vítor Correia, um dos primeiros a chegar ao local das ignições, salientou que a preocupação foi proteger uma casa que estava nas imediações até os bombeiros chegarem.
“Havia dois focos de incêndio e as chamas já estavam com alguma intensidade, com o vento a lançar muitas projeções”, adiantou à agência Lusa.
Segundo Vítor Correia, a direção do vento foi favorável para as chamas não se dirigirem para o núcleo habitacional da aldeia, pelo que este fogo não foi tão grave como o de 2005.
A proximidade das chamas levou Almerindo Assunção, proprietário de uma oficina na Estrada das Carvalhosas, já na freguesia de Ceira, a retirar na tarde de segunda-feira mais de 20 viaturas para um lugar seguro.
“O fogo andou a pouco mais de 100 metros da oficina e tive de retirar os carros e ainda andei a regar à volta do edifício para evitar projeções das fagulhas”, referiu à Lusa.
A Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos de Ensino Básico de Ceira, que foi evacuada durante a tarde de segunda-feira, está fechada durante o dia de hoje e junto às instalações estão concentrados muitos meios operacionais.
A autoestrada 13 esteve cortada ao trânsito entre os nós de Coimbra e da A13-1, em Almalaguês, desde a tarde de segunda-feira até à madrugada de hoje.
Os prejuízos são apenas ao nível florestal, segundo os presidentes das Juntas de Freguesia de Torres do Mondego e de Ceira, que não têm conhecimento de outros danos causados pelo fogo.
O incêndio entrou em resolução na manhã de hoje, embora no local, às 12:15, ainda estivessem 255 operacionais, apoiados por 81 viaturas e um helicóptero.