Técnico e NOVA FCT em projeto internacional que investiga fósseis dos primeiros vertebrados terrestres

Uma equipa internacional de investigadores, com a participação do Técnico e da NOVA FCT, realizou recentemente uma campanha de escavação paleontológica perto de São Bartolomeu de Messines e em Penina, no Algarve, onde foram recolhidos fósseis com cerca de 230 milhões de anos, referentes a vertebrados do Período Triásico (Idade Carniano).
Os fósseis encontrados, diz a instituição portuguesa num texto publicado no seu portal online, poderão incluir vestígios dos primeiros dinossauros e mamíferos primitivos, constituindo uma descoberta importante para o conhecimento da evolução dos vertebrados terrestres e para a Paleontologia em Portugal.
“Esta investigação contribui também para a valorização do património geológico da região, que integra a candidatura do futuro Geoparque Algarvensis à UNESCO”, diz a NOVA FCT, cuja participação no projeto, enquanto entidade parceira, é coordenada pela paleontóloga Lígia Castro.
A equipa da NOVA FCT, composta por alunos de Mestrado e Doutoramento, está envolvida na escavação cuidadosa de macrofósseis, na preparação laboratorial de microfósseis, e no estudo taxonómico e paleoambiental dos materiais recolhidos. Além disso, participa na interpretação científica dos resultados e na divulgação do conhecimento junto da comunidade local e académica.
A preparação dos macrofósseis será realizada na Sociedade de História Natural, em Torres Vedras, informa a faculdade.
Este projeto, liderado pelo investigador Ricardo Araújo do CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente, do Instituto Superior Técnico, com o apoio fundamental do Explorers Club e dos Municípios de Loulé e Silves, demonstra a colaboração da Faculdade em investigações internacionais nas áreas da Geologia, Biologia evolutiva e Paleontologia, contribuindo para o avanço do conhecimento científico e para a valorização do património natural português.
Em maio do ano passado, Ricardo Araújo, no âmbito de uma atividade de ciência-cidadã no Algarve que envolveu membros do Explorers Club Portugal, descobriu fragmentos de ossos do Triásico em locais previamente identificados por paleontólogos no âmbito de uma expedição que decorreu entre 27 de abril e 5 de maio de 2024.
Na altura, o investigador dizia que a região algarvia está ainda “pouco explorada do ponto de vista paleontológico”, mas há ali “o potencial de revelar as origens dos dinossauros e dos mamíferos e, portanto, as nossas próprias origens”.