Economia do cavalo gera mais de 70% do emprego em zonas rurais, promove coesão territorial e fixação da população jovem

O estudo “A Economia do Cavalo em Portugal”, apresentado no Horse Economic Forum (HEF II), em Alter do Chão, revela um forte impacto social e territorial do setor equestre, especialmente em zonas de baixa densidade populacional: mais de 70% dos 92 mil postos de trabalho ligados à fileira equestre situam-se em territórios rurais, contribuindo diretamente para a fixação da população jovem, a inclusão social e a coesão do País.
O Estudo revela ainda que mais de 3.600 pessoas frequentam anualmente programas de formação universitária e profissional ligados à atividade equestre, gerando oportunidades de qualificação e empregabilidade em áreas como o desporto, o turismo e a saúde.
Em paralelo, cerca de dois mil beneficiários participam anualmente em programas de hipoterapia, distribuídos por oitenta centros equestres certificados, com impacto positivo comprovado na saúde física, emocional e social de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais.
“O cavalo é hoje uma ferramenta de inclusão, cultura e desenvolvimento local. Em Alter, vemos como ele transforma vidas, cria emprego e atrai talento jovem”, afirma Francisco Miranda, presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, citado em comunicado. “Este estudo mostrou que o setor equestre não é apenas um ativo económico, é um recurso social poderoso. Eventos, terapias, formação, desporto – tudo isto transforma o território e liga as pessoas”, destaca ainda Alexandre Real, responsável pela organização do HEF II.
Além das dimensões social e formativa, o relatório salienta o papel do cavalo como vetor cultural e turístico. Com mais de 480 eventos equestres organizados por ano, o setor fortalece os laços comunitários, atrai visitantes e projeta internacionalmente a identidade portuguesa. O reconhecimento da arte equestre portuguesa como Património Imaterial da Humanidade, em 2024, veio reforçar esta projeção.
O estudo “A Economia do Cavalo em Portugal” recomenda o reconhecimento da economia do cavalo como instrumento de política pública para o desenvolvimento social e territorial e sugere o reforço da projeção internacional do cavalo Lusitano enquanto ativo cultural com forte valor simbólico e comunitário.
Na análise efetuada ao setor, o Estudo propõe incentivos específicos à qualificação de jovens e à digitalização de serviços em meios rurais, promovendo inclusão e empregabilidade, e defende uma articulação entre políticas de saúde, educação, cultura e desenvolvimento local, com vista à criação de respostas integradas e sustentáveis para os territórios de baixa densidade.
O Estudo propõe ainda a criação de uma Agenda Estratégica nacional que alinhe prioridades para o desenvolvimento integrado da fileira equestre e o reforço da promoção internacional do cavalo Lusitano e da Economia do Cavalo, valorizando a sua notoriedade e prestígio como embaixador cultural de Portugal.
“Não podemos continuar a ver o cavalo apenas como um símbolo: ele é uma resposta real para problemas reais. O mundo rural precisa desta valorização e os dados mostram que vale a pena investir”, conclui Francisco Miranda.
“A Economia do Cavalo em Portugal”, é um estudo realizado ao abrigo dos objetivos do Horse Economic Forum pela Consultora SFORI e coordenado pelo professor Álvaro Lopes Dias revela o impacto da fileira equestre na Economia Nacional e consequentemente em Alter do Chão. Baseia-se em dados estatísticos e recorre a um modelo de análise mista, com estimativas diretas, indiretas e induzidas, e recurso a benchmarks internacionais.
Ao longo dos dois dias o Evento, em diversas sessões, foi também apresentado o “Guia de Boas Práticas para o Sector Equino”, uma publicação pioneira que reúne orientações essenciais para promover a sustentabilidade, o bem-estar animal e a profissionalização da cadeia de valor do cavalo.
Este documento inovador foi promovido pela Câmara Municipal de Alter do Chão, desenvolvido pelo Horse Economic Forum com o contributo de especialistas do sector e tem como objetivo servir de referência prática para criadores, gestores, médicos veterinários e outros intervenientes na fileira. O Guia reflete o compromisso do Evento com o desenvolvimento ético e economicamente sustentável do sector.
No seguimento do seu compromisso na adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas para promover a sustentabilidade global até 2030, o HEF II foi organizado como evento de carbono, reconhecido através do Selo Sustentável, que certifica o empenho do Fórum com a adoção de práticas ambientalmente responsáveis, de avaliação do seu impacto ambiental e implementação de medidas concretas de compensação.