Podem os polvos tornarem-se mais inteligente que os humanos?
No ano passado, investigadores deixaram cair uma gaiola com iscas nas águas de False Bay, em Cape Town, para pesquisar criaturas que viviam ao largo da costa da África do Sul. Contudo, eles não esperavam que um invertebrado roubasse não só a comida, como toda a gaiola.
Este é apenas um exemplo da inteligência incrível destes animais, que os cientistas estão a descobrir ser mais avançada do que inicialmente pensaram.
Um cientista declarou a Max Knoblauch, do Pacific Standad, que a inteligência destas criaturas pode evoluir muito mais com o tempo. “Os cefalópodes manipulam claramente objectos, utilizam ferramentas”, afirmou Dr. Russel, da Hofstra University, em Nova Iorque. “Eles não constroem coisas para além de abrigos, mas é imaginável que, com o tempo, e mediante outros factores, tal possa acontecer”.
Para além de construírem abrigos, labirintos e resolverem problemas, os polvos demonstraram serem capazes de armazenar memórias de curto e longo prazo. Nas experiências laboratoriais podem ser rapidamente treinados para distinguir diferentes formas e padrões. Certos estudos controversos crêem que os polvos aprendem por via da observação.
Em alguns países, os polvos estão entre a lista dos animais nos quais as cirurgias experimentais não podem ser realizadas sem anestesia. No Reino Unido, por exemplo, as leis de experimentações em animais perspectivam-nos como “invertebrados honrosos”, aplicando-lhes protecções que não são extensíveis a outros da mesma espécie.
Num artigo do The Conversation, Clint Perry, da Macquarie University, na Austrália, afirmou que temos de deixar de pensar nos humanos como o apogeu da inteligência. “Os humanos podem não ser tao inteligentes como pensávamos”.
“Cada vez mais pesquisas estão a demonstrar que a lógica aparentemente complicada que o nosso intelecto utiliza para, rotineiramente, resolver problemas depende muito de atalhos como a heurística”. “Tal é muito próximo do que consideramos instintos”, afirma o Dr. Perry.
Tal significa que criaturas como os polvos, um dia, tornar-se-ão mais inteligentes que os humanos? “Devemos recordar-nos que somos animais a viver num mundo com outros animais. Todas as espécies são diferentes umas das outras. Mas não somos assim tão diferentes”, afirma o responsável.