Nova Zelândia poderá tornar-se na próxima fronteira de exploração de petróleo



O Árctico é um ecossistema único e significativo a nível global e está a ser rapidamente transformado pelas acções humanas. As alterações climáticas antropogénicas estão a provocar o degelo das calotes polares, o que deixa cada vez mais extensões do Oceano Árctico livres de gelo.

Este acontecimento é propício para as grandes petrolíferas, como a Shell ou a Gazprom, vêem aqui novas oportunidades de exploração. Se um derrame de crude ocorre-se ao nível árctico, os danos seriam devastadores a uma escala global.

Na Nova Zelândia estão a ocorrer desenvolvimentos semelhantes aos que ocorreram recentemente na Rússia e que levaram à detenção de 30 activistas da Greenpeace, que ficaram conhecidos como os Arctic 30. A Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Nova Zelândia é 15 vezes maior que o território do país, e estende-se desde a região subtropical à região subárctica. Tal como o Árctico, também a ZEE da Nova Zelândia suporta uma grande variedade de espécies e está a tornar-se num ponto de atractividade para a exploração petrolífera.

Se no Árctico as petrolíferas têm de lidar com as condições polares extremas, na Nova Zelândia as profundezas oceânicas vão testar os limites das tecnologias de perfuração. A reserva de petróleo offshore mais profunda da Nova Zelândia está a cerca de 125 metros abaixo do nível das águas do mar. Porém, daqui a poucas semanas, a petrolífera norte-americana Anadarko vai iniciar a exploração de um poço a 1500 metros de profundidade, no Mar da Tasmânia. Este poderá ser um dos primeiros poços a esta profundidade que poderão vir a ser explorados nos próximos anos nesta região do globo, refere o The Ecologist.

Para agilizar a corrida ao petróleo na ZEE da Nova Zelândia está em curso um processo legislativo para remover os direitos de consulta pública em relação às propostas da Nova Zelândia para a exploração de novos poços offshore. Em Maio de 2013, o parlamento neozelandês aprovou uma lei que proíbe as manifestações em embarcações ou plataformas superiores a 500 metros dentro da ZEE. As multas por infringir a lei podem ser pesadas e podem dar direito até um ano de prisão. Tal como a resposta do Governo russo, a mensagem do Executivo da Nova Zelândia é clara: a oposição à exploração petrolífera não é bem-vinda.

Segundo o Governo neozelandês, o país está preparado para lidar com um derrame petrolífero e as vagas promessas de criação de emprego e impulso da economia feitas pela petrolífera e pelos governantes podem não compensar os riscos. Apesar da chegada eminente das sondas de perfuração da Anadarko, está ainda por revelar um estudo sobre o impacto da exploração, realizado pela Agência de Protecção Ambiental da Nova Zelândia.

Foto:  mdid / Creative Commons





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