O regresso dos sacos do pão (com VÍDEO)
Lembra-se dos sacos do pão em tecido, que muitas famílias levavam, diariamente, às padarias locais? Esta tradição antiga, substituída no início dos anos 90 pelos sacos de plásticos ou papel, está de volta às cidades portuguesas: Lisboa, Porto, Gaia, Viseu, Valongo, Matosinhos e Figueira da Foz são algumas onde o saco pa-pão é vendido.
A ideia partiu do microbiólogo André da Silva, um apaixonado por sustentabilidade que recuperou vários sacos do pão do baú da sua avó. Há um ano, André e o criativo Paulo Castro resolveram criar o saco pa-pão.
“O Paulo é um criativo e quando tenho bloqueios criativos ligo-lhe. Na altura estava à procura de um nome, liguei ao Paulo e ele sugeriu o saco pa-pão. E também foi responsável pelos tamanhos, o zinho e o zão”, gracejou André ao Economia Verde.
Cada saco pa-pão é feito com tecido que sobra das roupas e têxteis da marca portuguesa Natura Pura, uma forma de reciclar e evitar o desperdício. Todas as peças são feitas de algodão 100% biológico e certificado com o rótulo ecológico europeu. “A Natura Pura é um conceito, e defendemos a utilização das três cores do algodão naturalmente colorido. Não utilizamos produtos químicos, nem sequer para tratar os tecidos, as malhas ou as matérias-primas. Não tingimos”, revelou ao Economia Verde Christine Araújo, directora comercial da marca.
André da Silva já fez as contas. Se cada cidadão for à padaria cerca de 200 vezes por ano, vai poupar 200 sacos. “Se forem 10 pessoas a fazê-lo, são menos 10 mil sacos, e se forem um milhão de pessoas, são 200 milhões de sacos”, completa o empreendedor.
Já foram vendidos, em Portugal, cerca de 500 sacos pa-pão, mas André da Silva não quer ficar por aqui – nem apenas por Portugal. “Gostaria de vender um milhão de sacos em toda a Europa. Se o conceito funcionar em Portugal, de certeza que vai funcionar em Paris, Roma ou Barcelona. É esse o próximo passo, ir para a Europa”, explicou.
Os sacos estão disponíveis na internet e em mais de 10 padarias e confeitarias, incluindo na Mixpão, em Matosinhos, que foi a primeira a receber o conceito e o local onde o Economia Verde encontrou André da Silva. O saco mais pequeno custo €6,90 e o maior €8,50. Saiba tudo sobre o projecto neste artigo de Novembro do Green Savers.
E veja o episódio 216 do Economia Verde.