Alterações climáticas ameaçam mais de dois terços das espécies de lagomorfos



Os coelhos serão dos animais mais afectados pelas alterações climáticas, de acordo com um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade de Belfast, Irlanda do Norte, e publicado no jornal PLOS ONE.

Segundo a pesquisa, os coelhos, lebres e pikas – ou lebre-assobiadora – serão, provavelmente, os mais recentes migrantes deste século, com dois terços dos indivíduos destas espécies a serem forçados a encontrar novos habitats, nas próximas décadas. O estudo acrescenta também que haverá algumas extinções de espécies mais sensíveis e com um menor poder de adaptação.

Os coelhos e as lebres são as espécies mais conhecidas do grupo de mamíferos conhecidos como lagomorfos, mas existem outras 85 espécies deste grupo.

“Os lagomorfos são particularmente interessantes para os ecologistas”, explicou Katie Leach, da Universidade de Belfast, num artigo publicado no The Conversation. “Eles são uma grande fonte de alimento para o ser humano e elemento chave das cadeias alimentares. Podemos encontra-los em quase todos os lugares e em várias condições ambientais”.

De acordo com Leach, os logomorfos são nativo de todos os continentes – excepto da Antárctida – mas um quarto das espécies que compõem o grupo estão ameaçadas de extinção e 13 destas encontram-se mesmo à beira da destruição.

O estudo mostra que as condições ambientais, como a temperatura e pluviosidade, estão relacionadas com o habitat perfeito para estes animais. Caso os modelos climáticos que projectam as condições climatéricas do futuro estejam correctos, estes habitats irão mudar drasticamente.

Assim, cerca de dois terços das espécies de lagomorfos serão afectadas. Os coelhos e lebres deverão migrar para os polos, não existindo grandes alterações no tamanho total da sua área geográfica.

As pikas deverão ir para altitudes mais altas, o que poderá significar a extinção de muitas espécies, incluindo a ochotona koslowi, uma espécie misteriosa apenas encontrada na China.

Enquanto os coelhos e as lebres podem correr grandes distâncias geográficas, o que os poderá proteger no número de indivíduos da espécie, as pikas não têm tanta sorte. “Serão obrigadas a ir para o topo das montanhas, literalmente, e o mais provável é que fiquem completamente extintas”, explica Neil Reid, especialista em logomorfos da Universidade de Belfast.

Por áreas, a China deverá perder até dez espécies e os Estados Unidos cerca de cinco. No total, as espécies das ilhas e montanhas serão as mais prejudicadas.

Foto: Jim Kravitz / Creative Commons





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