A matemática da sustentabilidade



Por Miguel Raposo, designer de interiores

Alimentação biológica, carros elétricos, energia e tecnologia verdes, moda sustentável, produtos ecológicos… são alguns dos valores que fazem parte da equação do dia a dia, contudo existem muitos outros termos que ainda permanecem incógnitos.

Não sendo a sustentabilidade uma ciência exata, mas sim o resultado de diversos fatores que integrados tornam algo válido no presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades, o livre arbítrio revela-se fundamental para que possamos realmente fazer a diferença.

E, na sustentabilidade, não basta parecer, é preciso fazer escolhas conscientes, consistentes, responsáveis e esclarecidas a todos os níveis. Não podemos Reciclar e acreditar que a nossa parte está feita. O compromisso tem que ser mais profundo e estrutural, impactando todos os R’s que fazem parte da equação – Repensar, Reduzir, Reutilizar e Recusar – desde as ações mais imediatas do dia a dia, às mais complexas e que implicam um esforço maior, a longo prazo.

Se na matemática da sustentabilidade existem termos que são facilmente entendidos e aceites, mobiliário sustentável é um dado novo que, ao ser adicionado, pode contribuir para que as nossas escolhas possam ser cada vez mais informadas. Mobiliário sustentável contribui para uma produção e consumo mais responsáveis e para a obtenção de casas mais sustentáveis.

Mas, afinal, o que é mobiliário sustentável?

No meu entender, mobiliário sustentável é sinónimo de produção em pequena escala com processos de fabrico controlado e promovendo o trabalho artesanal e a economia local.

O processo de fabrico sendo 100% português e privilegiando matérias primas nacionais, contribui também para a redução da pegada ecológica.

Os resultados, por oposição a alguns processos mais industrializados, são móveis de elevada qualidade, duradouros e normalmente construídos a partir de recursos naturais, como a madeira, o metal e a pedra, criteriosamente selecionados para resistirem ao uso e ao passar do tempo.

Fazendo a analogia com a casa, o mobiliário sustentável é o alicerce, a base que sustenta o design de interiores. Ou seja, as peças-chave, centrais e intemporais que permanecem cumprindo a sua função, apesar do teste do tempo.

E desengane-se quem considera que escolher sustentável é mais caro: percebemos rapidamente que quando tem de comprar e voltar a comprar porque se estragou, não resistiu ou saiu de moda o preço final é a soma de todas as partes!





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