Taiwan usa CDs antigos para limpar águas residuais



O leitor terá em casa, provavelmente, uma pilha de CDs antigos que já não ouve e aos quais não sabe bem o que fazer. Pois saiba que investigadores de Taiwan os usariam para uma aplicação muito prática: limpar águas residuais. O físico Din Ping Tsai desenvolveu uma técnica de purificação da água que usa somente nano barras de óxido de zinco, iluminação ultravioleta e CDs.

“Os discos ópticos são baratos, estão facilmente disponíveis e são usados de forma rotineira”, justificou Tsai, da Universidade Nacional de Taiwan. São fabricados anualmente perto de 20 mil milhões de CDs, pelo que usar os antigos no tratamento da água pode até resultar numa forma de reduzir o desperdício.

Tsai e os colegas usam a área da superfície dos CDs como uma plataforma onde fazem crescer nano barras verticais minúsculas de óxido de zinco com cerca de um milésimo da largura de um fio de caminho humano. O óxido de zinco é um semicondutor de baixo custo que pode funcionar como foto catalisador, partindo moléculas orgânicas – como os poluentes na água do esgoto – quando iluminado com luzes ultravioleta.

Além do CD revestido de óxido de zinco e da fonte de luz, o dispositivo é também composto por um sistema que faz circular a água. Como os CDs são duráveis e conseguem girar rapidamente, a água contaminada que escorre para o dispositivo espalha-se numa película fina que a luz consegue facilmente atravessar, acelerando o processo de degradação.

Apesar de outros investigadores já terem experimentado usar óxido de zinco para degradar poluentes orgânicos, a equipa de Tsai é a primeira a fazer crescer o foto catalisador num disco óptico.

A equipa testou o reactor com uma solução de corante alaranjado de metilo, um composto orgânico frequentemente usado para avaliar a velocidade de reacções foto catalíticas. Após o tratamento de uma solução de meio litro de corante durante 60 minutos, os investigadores descobriram que 95% dos contaminantes tinham sido destruídos. Segundo eles, o dispositivo consegue tratar 150 mililitros de água residual por minuto.

Foto: Sob licença Creative Commons





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