Austrália com o maior número de fatalidades por ataques de tubarões em 2023
Em 2023, registaram-se 91 ataques de tubarões a humanos em todo o mundo, dos quais 69 não provocados e 10 resultaram em mortes. A Austrália representa apenas 22% de todos os incidentes a nível mundial, mas 40% das fatalidades.
Os números são revelados pelo Museu de História Natural da Flórida, nos Estados Unidos da América, que avança que a média global dos últimos cinco anos é de 63 ataques não provocados, e que os 22 ataques provocados resultaram de tentativas de interação dos humanos com os tubarões.
Além da Austrália, também foram registados dois incidentes fatais nos Estados Unidos, e um nas Bahamas, no Egito, no México e na Nova Caledónia. Nos Estados Unidos, a Flórida foi o estado com o maior número de ataques do país.
No entanto, os especialistas afirmam que, apesar de as fatalidades terem duplicado face a 2022, o número de ataques está dentro dos valores normais e revela que este tipo de interações é muito raro, uma vez que, todos os anos, milhões de pessoas nadam nos mares. Relativamente aos ataques considerados provocados, as vítimas estavam, na maioria das vezes, a praticar atividades como a pesca submarina.
Em todo o mundo, os surfistas foram os mais afetados por mordidas, cerca de 42% do total global, seguidos por nadadores (39%) e mergulhadores com snorkel (13%).
Os especialistas explicam que a maioria dos ataques não provocados são causados pelo que chamam de ‘mordidas de teste’, ou seja, os tubarões dão uma primeira mordida para perceber que tipo de presa é. Quando percebem que não se trata de uma presa habitual, tendem a afastar-se. Ainda assim, algumas espécies, como os tubarões-brancos e os tubarões-tigre, têm mordidas tão poderosas que mesmo as de teste podem ser fatais.
Nas últimas décadas, o número de ataques registados tem aumentado, mas, segundo o Museu de História Natural da Flórida, isso não se deve a um aumento da agressividade dos tubarões. O que acontece é que cada vez mais pessoas entram nos oceanos todos os anos e existe um maior esforço de comunicação de incidentes com os predadores marinhos.
A maioria dos ataques acontece durante o verão, tanto no hemisfério Norte como no hemisfério Sul, porque mais pessoas passam mais tempo na água e porque várias espécies marinhas estão mais ativas, algumas delas presas dos tubarões, como focas e peixes.