Autoridades moçambicanas tentam travar desmatamento nos pontos altos da Gorongosa
As autoridades moçambicanas estão preocupadas com as consequências para a Serra da Gorongosa, centro do país, de quem insiste em morar acima dos 700 metros de altitude, influenciando o seu desmatamento, cenário que pretendem travar.
O administrador do distrito da Gorongosa, Pedro Francisco Mussengue, explicou à Lusa que as cerca de cinco mil famílias que vivem acima dos 700 metros na serra cortam as árvores, fixam residências e desmatam enormes espaços para o cultivo, o que “periga o meio ambiente”.
“As pessoas são desencorajadas a construir e fixar residências acima dos 700 metros. O que estamos a fazer é criar serviços sociais onde as pessoas podem ter facilmente acesso, o que não se pode fazer acima dos 700 metros”, detalhou Mussengue.
Aquela serra, na província de Sofala, tem uma altitude máxima de 1.863 metros e abrange partes dos distritos de Gorongosa, Cheringoma e Muanza, contando com cerca de 218.788 habitantes, integrando o Parque Nacional da Gorongosa.
“O Governo, junto de parceiros, em particular com o parque da Gorongosa, aventa a hipótese de conseguirmos ter aqui em baixo terra bem demarcada para habitação, muito mais para agricultura, porque eles estão lá para a agricultura”, referiu o administrador.
Acrescentou que serão construídos ainda escolas, hospitais, assim como sistemas de abastecimento de água “para fazer com que as pessoas que vivem ou que pretendem escalar acima dos 700 metros fiquem desencorajadas”.