Baga de sabugueiro com qualidade acima da média
A baga de sabugueiro colhida em Tarouca, Armamar, Tabuaço, Lamego e Moimenta da Beira na última campanha tem “qualidade acima da média”, mas a quantidade é metade da normal, disse à agência Lusa o responsável operacional da Régiefrutas.
“Todos julgávamos que este ano teríamos quantidades mais normalizadas, ou seja, entre mil a 1.200 toneladas de baga colhida, mas isso não aconteceu”, lamentou José Damião, vice-presidente da Câmara de Tarouca e administrador da Régiefrutas.
Segundo o responsável, a “seca muito grande” de 2022 afetou as quantidades deste ano, tendo apenas sido colhidas 600 toneladas.
“A boa notícia é que a qualidade é acima da média”, realçou José Damião: “os nossos ‘brix’ (grau de doçura) normais andam entre 18 a 22, este ano tivemos ‘brix’ de 31 e 32 em alguns sítios”.
O vice-presidente daquela autarquia do norte do distrito de Viseu contou que, este ano, a campanha começou e terminou mais cedo do que era habitual.
“A partir de meados de agosto já não tínhamos baga para receber, porque a campanha começou mais cedo cerca de semana e meia e acabou mais cedo também cerca de semana e meia”, referiu, acrescentando que “mais de 95% da baga produzida nos cinco concelhos é comercializada pela Régiefrutas”.
A unidade da Régiefrutas, situada em Tarouca, recebe a baga de sabugueiro dos produtores destes cinco concelhos do distrito de Viseu e depois vende-a a clientes nacionais e internacionais.
Durante muito anos, a Régiefrutas exportava praticamente toda a baga para um grupo do setor agroalimentar da Alemanha, “o que limitava um pouco a definição do preço e a definição das quantidades”, mas, atualmente, tal já não acontece.
“Temos sete ou oito clientes anualmente. A Régiefrutas acaba por ser muito mais independente, uma vez que quando uns não estão disponíveis para receber, estão outros”, explicou.
Este ano, mais de 75% da baga foi vendida para território nacional, o que agrada à administração da Régiefrutas, e a restante foi exportada sobretudo para a Áustria e para a Alemanha.
José Damião congratulou-se por, desde o ano passado, ter havido um aumento do montante pago aos produtores.
“Em 2014, a baga estava a ser paga ao produtor a 30 cêntimos o quilo, sensivelmente. Este ano, e o ano passado também, conseguimos pagar a baga a 50 cêntimos. Significa um aumento mais de 80% do preço, o que para nós é uma enorme satisfação”, frisou.
O produtor recebe “30 dias após a colheita”, o que leva a uma maior confiança para entregar a baga na Régiefrutas e também é um incentivo para “os campos novos de baga que começam a surgir no território”, acrescentou.