Borboleta-monarca migratória faz agora parte da “Lista Vermelha” da IUCN
A borboleta-monarca migratória (Danaus plexippus plexippus) acaba de ser integrada na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A espécie foi classificada como “em perigo” de extinção, dado que, segundo uma recente análise, foi observado um grande declínio das suas populações.
É a primeira vez que a subespécie entra para a lista, e as principais causas são a destruição do habitat e as alterações climáticas. A população nativa, da América do Norte, reduziu até 72% na última década. Esta população é conhecida pela migração de longa distância – podendo percorrer até 3000 quilómetros -, partindo do México e do Estado da Califórnia para outras zonas Estados Unidos e do Canadá.
Os dados apontam que a extração de madeira e a desflorestação para agricultura ou urbanização levaram à destruição de áreas importantes onde as borboletas monarcas migratórias se abrigavam no inverno. Além disso, a utilização de pesticidas e herbicidas nos campos agrícolas levam à morte das borboletas, bem como da serralha (Sonchus oleraceus), planta da qual as larvas das borboletas se alimentam. Já os efeitos das alterações climáticas, como as secas, as altas temperaturas e o clima severo, provocam mudanças na sua migração e na disponibilidade de alimento, colocando em risco a sua sobrevivência.
Relativamente às outras populações da Danaus plexippus plexippus, no Ocidente esta reduziu perto de 99,9% entre 1980 e 2021. De 10 milhões de borboletas, são agora observadas poucas mais de 1.900. A população Oriental reduziu em 84% entre 1996 e 2014.
“É difícil ver as borboletas-monarcas e sua extraordinária migração à beira do colapso, mas existem sinais de esperança”, afirma a especialista Anna Walker, membro o Grupo de Especialistas em Borboletas e Mariposas da IUCN/Comissão de Sobrevivência de Espécies, que coordenou a avaliação da subespécie. “Desde plantar serralha nativa e reduzir o uso de pesticidas, até apoiar a proteção de locais de hibernação e contribuir para a ciência cidadã, todos temos um papel a desempenhar para garantir que este inseto icónico recupera totalmente.”