Brasil: Amazónia perdeu 165 km² em Maio
A Amazónia Legal, como é chamada a floresta amazónica que pertence a território brasileiro, perdeu, em Maio, 165 quilómetros quadrados de floresta, mais 72% dos valores registados no período homólogo do ano passado, quando, por corte raso (destruição total da mata), a mesma área viu desaparece 96 quilómetros quadrados de árvores.
O alerta é do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazónia (Imazon), que, através de imagens de satélites, cuja cobertura não foi a 100%, monitorizaram a área no mês passado. O desmatamento entre Agosto do ano passado e Maio de 2011, quando comparado ao período homólogo anterior, cresceu 24%. Nos últimos dez meses, a Amazónia perdeu uma área superior ao município do Rio de Janeiro, avança o estudo, citado pelo portal G1.
O Estado de Mato Grosso foi aquele que registou um maior nível de desflorestação, com um aumento de 94% relativo ao ano passado. Já o Pará, apesar de a devastação da floresta ter diminuído em 33%, derrubou, ainda assim, uma área equivalente a 19 vezes o tamanho da ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Os dados vêm de encontro àquilo que tem vindo a ser tornado público no Brasil, com estudos a partir de outras fontes.
As causas que levaram a um aumento de 24% no desmatamento da Amazónia passam pela construção, por exemplo, de centrais hidroeléctricas, obras planeadas pelo próprio governo. Além disso, o novo Código Florestal, que modifica as regras na legislação ambiental e rural do país, leva a uma incerteza que apenas tem gerado o “desmatamento especulativo e não produtivo”, porque as pessoas querem garantir os terrenos.
O aumento na desflorestação da área que é considerada o pulmão da Terra, no entanto, “ainda não significa que o derrube da vegetação volte a níveis estratosféricos”, tranquilizou Adalberto Veríssimo. O investigador do Imazon aconselha contudo o governo brasileiro a ficar em estado de alerta, porque, se até aqui, os índices vinham a diminuir anualmente, agora, voltaram a subir. “É preocupante e poderá aumentar se não houver um controlo”, concluiu.