Como pode a indústria do vinho tornar-se mais sustentável? Eis algumas pistas dadas por especialistas na matéria
Tal como acontece com qualquer processo agrícola ou de produção, o cultivo de uvas e a produção de vinho têm um impacto ambiental. Desde o uso da água à gestão de pragas e escolha de soluções de embalagens, cada vez mais, a indústria do vinho está a adoptar práticas para garantir um futuro mais sustentável.
Com a comunidade vitivinícola da Califórnia a emergir como um dos líderes mundiais em vitivinicultura sustentável, há algumas práticas que podem contribuir de forma significativa para a redução do impacto ambiental da vinificação em todo o mundo. Para Allison Jordan, vice-presidente de Assuntos Ambientais do Wine Institute e directora executiva da Aliança Sustentável do Vinho da Califórnia, estes são os pontos essenciais para alcançar esse objectivo, tornando o sector mais sustentável, aqui partilhados via Protege o que é bom.
– Uso da água
Embora as uvas para vinho exijam menos água do que a maioria das culturas, este é um recurso precioso e limitado que precisa de ser administrado com sabedoria. Este é um problema prevalente na Califórnia, onde a seca tem causado escassez de água nos últimos quatro anos.
“A maioria dos vinhedos da Califórnia utiliza irrigação por gotejamento, um método de rega altamente eficiente que economiza o recurso fornecendo às videiras apenas a quantidade certa de água e no local certo para ajudar a concentrar a energia na produção dos cachos de uva e não no excesso de vegetação”, explica Allison Jordan. Ferramentas para medir e monitorar as necessidades de água permitem que os produtores apliquem água eficientemente e somente quando necessário.
– Eficiência energética
A energia é cara e se for proveniente de combustíveis fósseis causa emissões de gases com efeito de estufa. Numa tentativa para reduzir a pegada de carbono e reduzir custos, os vinicultores da Califórnia adoptaram uma série de práticas para economia de energia.
Estas incluem a colheita de uvas durante a noite e ao início da manhã, o que mantém as frutas frescas, reduzindo a necessidade de refrigeração grande consumidora de energia; investimentos em bombas mais eficientes do ponto de vista energético, bem como medidores de fluxo para controlar o uso da água; e instalação de painéis solares para fornecer energia para motores, unidades, bombas de irrigação e outros equipamentos.
– Controlo de pragas
As pragas são um facto da vida nas vinhas, mas Allison Jordan diz que existem alternativas de controlo biológico que causam impacto ambiental mínimo.
“Os vinicultores podem querer considerar activamente a introdução de insectos benéficos, como ácaros predadores, aranhas, vespas ou joaninhas, nas suas vinhas para ajudar a controlar a população de insectos prejudiciais. Construir caixas de nidificação atrai corujas predadoras que se alimentam de toupeiras e roedores que causam danos às raízes, e até mesmo as galinhas podem controlar os vermes nas vinhas “, sublinha.
Foto: via Clube dos Vinhos