Crocodilos pré-históricos corriam como cães e comiam plantas



Confirma-se: os crocodilos pré-históricos foram capazes de correr velozmente e assim escapar às garras dos predadores. Um estudo mostra hoje, pela primeira vez, como estes incríveis répteis evoluíram num mundo dominado por dinossauros.

Os crocodilos da actualidade vivem em habitats de água doce e alimentam-se de mamíferos e peixes. Mas os seus antepassados eram criaturas muito diferentes – uns corriam em terra, à semelhança de cães, outros adaptaram-se à vida no oceano, à semelhança de baleias. O estudo da Universidade de Bristol realça a forma como as mandíbulas dos crocodilos ancestrais evoluíram para lhes permitir sobreviver em diferentes ambientes.

“Os antepassados dos crocodilos de hoje têm uma história fascinante que é relativamente desconhecida, comparativamente à dos seus homólogos dinossauros”, disse Tom Stubbs, que liderou a investigação. “Eles eram criaturas muito diferentes daquelas com que estamos familiarizados hoje – eram muito mais diversificados e, como esta investigação mostra, a sua capacidade de adaptação era notável.”

O investigador realça que a evolução e a variação anatómica dos animais durante a Era Mesozóica foram incríveis, permitindo-lhes desenvolver estilos de vida e alimentação diferentes de tudo o que vemos hoje.

A equipa examinou variações na forma e na função biomecânica dos maxilares inferiores de mais de 100 crocodilos do Mesozóico – período que teve início há 251 milhões de anos e cobriu mais de 170 milhões de anos. O estudo revela que os animais invadiram os mares do Jurássico e que as suas mandíbulas evoluíram para um uso eficiente dentro de água, de modo a capturarem presas ágeis, como peixes.

A investigação também constatou que ocorreram mudanças no período Cretáceo – há 142 milhões de anos –, quando os crocodilos desenvolveram uma grande variedade de formas do maxilar inferior, de forma a se adaptarem a uma diversificada gama de alimentos que incluía plantas.

“Os nossos resultados mostram que a capacidade de explorar uma variedade de recursos alimentares e habitats, evoluindo para diferentes formas de mandíbulas, foi crucial para a recuperação da extinção no final do Triássico e, provavelmente, contribuiu para o sucesso dos crocodilos do Mesozóico que viveram na sombra dos dinossauros”, defendeu Stephanie Pierce, do Royal Veterinary College.





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