Dos bifes vegan aos filetes sem peixe, o consumo de substitutos proteicos está a aumentar



O mercado proteico alternativo tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos, impulsionado pelos maiores cuidados com a saúde, segurança alimentar e sustentabilidade do planeta.

Ao contrário das dietas milenares de tofu e tempeh no Oriente, a introdução de alternativas à carne e ao peixe nos mercados ocidentais apenas começou na década de 1960, com a proteína de soja e o glúten de trigo como matérias-primas predominantes. Actualmente, os produtos proteicos são derivados de várias fontes, incluindo o arroz, fungos, cânola, ervilhas e amaranto.

Como resultado, a gama de produtos alternativos ao peixe e à carne tem-se vindo a expandir, passando por bifes, nuggets e salsichas sem carne a filetes sem peixe. Actualmente, as empresas que produzem produtos proteicos alternativos não produzem apenas a pensar no público vegan ou vegetariano – que perfaz menos de 3% da população do Reino Unido, 64 milhões -, mas também aos consumidores de carne, um mercado com muito mais potencial.

E parece que esta estratégia de mercado está a funcionar. Um estudo elaborado pela Mintel, refere o Guardian, dos 36% de americanos que compram produtos proteicos alternativos, apenas 7% se identifica como vegetariano.

A moda dos produtos proteicos alternativos chegou também já à cozinha gourmet. Alain Ducasse, famoso chef francês e proprietário de um restaurante de três estrelas em Paris, criou um menu especial quase sem carne para o restaurante, com o intuito de aumentar a sustentabilidade e sabor natural dos seus pratos.

As figuras públicas defensoras de uma dieta sem carne vão também aumentando e um dos seus principais defensores é Bill Gates, o que traz um novo nível de envolvimento e investimento para a mesa.

A receita das vendas de alternativas proteicas ascendeu a €435,7 milhões em 2013, apresentando um crescimento anual de 8% desde 2010. No entanto, é necessário colocar este crescimento em perspectiva, já que a procura global por carne e derivados e as emissões de gases com efeito estufa associadas continuam a aumentar.

Para os Estados Unidos – mercado chave para os substitutos proteicos – a Mintel verificou que a maioria da população não compra qualquer tipo de alternativas à carne e 67% destes não compradores indicam agir desta forma por preferirem “carne a sério”. Assim, o trabalho futuro ao nível da tecnologia alimentar passa por criar produtos que consigam replicar a experiência gastronómica da carne, e dos peritos de marketing em promover estes produtos.

Hoje, recorde-se, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação. Já pensou em alterá-la, se achar que não está satisfeito com a forma como come?

Foto: Jerome Paz / Creative Commons





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